(Foto: Rubens Salomão / Sagres Online)

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O governo de Ronaldo Caiado (DEM) politizou o debate sobre a economia em Goiás, afirma o deputado federal Francisco Júnior (PSD). Ele se refere às discussões sobre os incentivos fiscais e sobre a relação do governo com a Enel Goiás. “As cabeças no Brasil estão muito polarizadas. Nada é só perfeição ou ruim. Tudo que é absoluto é errado”, disse o deputado para explicar o momento atual da política brasileira que ele enxerga também em Goiás.

O deputado acha equivocada a posição do governo em relação às empresas com incentivos fiscais e considera que o Estado jogou todo o setor produtivo no mesmo balaio, ao acusar que há irregularidades na concessão de benefícios no governo passado. Para ele, isso provoca dois tipos de problemas.

“Quem está inserido no programa fica revoltado com a forma como tem sido tratado e quem está fora e pretende integrá-lo imagina que poderá ser tratado da mesma forma”, disse o deputado em entrevista à Sagres 730 nesta quarta-feira (29). O deputado afirma que o governador politizou a discussão sobre a prestação de serviço da Enel Goiás. Para ele, os problemas no fornecimento de energia são “100% reais”, mas diz que o governo criou um “ambiente muito agressivo”.

O deputado afirma que o governo trocou o diálogo por uma conversa improdutiva e reclamou que ele deixou de procurar uma solução para fazer política. “Para se ter solução é preciso sentar-se na mesa, dizer o que é prioridade e estabelecer prazos. Se não cumprir, estabelecer pena. “Não é só dizer ‘não gosto de você’”, disse Francisco Júnior. Para ele, o governo precisa deixar de agir por impulso, por “rompantes”. “A animosidade não é producente”.

O deputado é membro da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados e afirma que este caso deve ser tratado com negociações entre as partes sobre ações emergenciais, as de curto prazo, definição clara de quais são os investimentos de longo prazo e, por fim, a abertura de concorrência entre as distribuidoras de energia para pôr fim ao monopólio.

Candidatura de Vanderlan

Francisco Júnior é pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PSD. Em entrevista à Sagres 730 nesta segunda-feira, o senador Vanderlan Cardoso (PP) confirmou sua pré-candidatura em Goiânia e afirmou que pretende conversar com o PSD, partido que avalia se filiar em função de divergências com o presidente do PP em Goiás, Alexandre Baldy. Questionado se o senador, na hipótese de filiação ao PSD, poderia ser um problema para seu projeto, o deputado negou.

“Esse é um bom problema. A maioria dos partidos não tem nenhum nome a apresentar para disputar a eleição em Goiânia. O PSD poderá ter dois”. Francisco afirmou que tem afinidade com Vanderlan, que eles têm trabalhado juntos em alguns assuntos em Brasília, caso da Enel e em solução para a crise financeira das Santas Casas de Misericórdia. Apesar das boas-vindas, o deputado deixa claro que imagina um projeto eleitoral diferente para o senador, o de 2022. Ele seria candidato a prefeito em 2020 e Vanderlan, a governador em 2022. “Vanderlan tem mais sete anos de mandato de senador. Ele pode contribuir de outra forma”, afirma.

O senador ficou contrariado com o fato de Baldy acertar a adesão do PP ao governo de Caiado sem conversar com ele e com o deputado federal Professor Alcides, os dois únicos membros da bancada federal goiana do PP. Vanderlan disse à Sagres que recebeu proposta para se filiar ao PSD, Podemos e PRB. Ele ainda não definiu seu futuro partidário. Em novembro, Vanderlan havia declarado à Sagres que não seria candidato a prefeito de Goiânia em 2020. Na época, ele afirmou que recebeu um voto de confiança do eleitor goiano para um mandato de senador por 8 anos e que só tinha cumprido um ano de mandato. 

Acompanhe a entrevista completa:

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