A Associação de cabos e soldados, e vítimas do acidente do Césio 137 acamparam em frente à Assembleia Legislativa de Goiás para protestar contra a demora na aprovação do projeto que dá promoção aos servidores da polícia militar, que tiveram contato direto com os rejeitos do césio. O presidente da Associação de subtenentes e sargentos, Maxuelo Braz, afirmou que o governador de Goiás, Marconi Perillo, já havia determinado a criação da promoção aos militares.
“Nós resolvemos acampar aqui na assembleia e só vamos desocupar esse pátio o dia que o projeto chegar à Assembleia e for votado. Houve uma promessa do governador, uma determinação por escrito do governador, nós temos cópias dela e as secretarias não fizeram. Então nós estamos protestando para o governador saber que a ordem dele não foi cumprida e que esses heróis que trabalharam no césio, todos eles tem algum tipo de sequela. Fazem tratamento psiquiátrico, tratamentos clínicos das mais variadas espécies precisam receber o reconhecimento do Estado”, explicou o presidente.
De acordo com o presidente Maxuelo Braz, a promoção está mais ligada à consideração aos militares por ato de bravura do que pela questão financeira. “Não é o problema financeiro até porque a diferença de salário de um soldado para um cabo é de cento e poucos reais bruto, isso vai gerar oitenta reais. Não é o dinheiro, o Estado oficialmente dizer olha heróis do Césio, vocês realmente são heróis, eu Estado estou reconhecimento dando a vocês esta promoção”, salientou.
O sargento aposentado da PM, Adelino Dias, tem um tumor nas costas decorrente do contato com rejeitos do césio, e o filho dele de 21 anos sofre da síndrome de Klinefelter, que afeta, principalmente, o sistema psicológico. Adelino relatou que ainda tem dificuldades para lidar com os efeitos da radiação. “Eu fui para Morrinhos fugindo do preconceito aqui, fiquei 13 anos e agora estou retornando. Na minha ficha de carreira militar eu tenho a dosagem de radiação que eu sofri lá de um mês ou dois só. Sendo que eu trabalhei lá por cinco anos e a radiação é acumulativa”, declarou.
O projeto que estava na Casa Civil foi encaminhado para a Procuradoria Geral do Estado para pronunciamento da legalidade do pedido, junto com o pedido de encaminhamento para a Secretaria Estadual de Gestão e Planejamento do impacto financeiro. A Segplan informou que o projeto está na junta de programação orçamentária e financeira para análise de custos.