O PT anunciou que irá entrar com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral contra o PSDB pela utilização de imagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no programa do candidato ao Planalto José Serra (PSDB). O artigo 54 da Lei Eleitoral proíbe a aparição, nos programas de rádio e TV, de pessoas filiadas a outra agremiação partidária ou a partido integrante de outra coligação.

O programa da coligação, que busca eleger José Serra, mostrou o candidato ao lado do presidente em três quadros, na abertura da propaganda eleitoral. O texto dizia “Serra e Lula, dois homens de história, dois líderes experientes”.

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, confirmou a representação. Não foi a primeira menção da campanha do PSDB ao presidente Lula. Em programa anterior, jingle tucano trazia a seguinte frase: “Quando o Lula da Silva sair, é o Zé que eu quero lá”.

E a candidata do PV à Presidência, Marina Silva, disse que sua ligação de 30 anos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode ser apagada, mas criticou o uso, que classificou como oportunista, da imagem do petista, com avaliação positiva recorde.

Questionada se estava fazendo uma crítica ao tucano José Serra, que levou imagens de Lula ao ar em seu programa eleitoral, a candidata do PV declarou não ter a avaliação do contexto porque não assistiu ao programa.

Contudo ela disse que não vai fazer uso indevido da imagem de quem quer que seja.

Fontes do PSDB afirmam que essa tentativa de associação veio para ficar na campanha. Ou seja, virou estratégia colar Serra em Lula na tentativa de contrapor a participação intensiva do presidente na campanha para eleger Dilma.

A decisão de exibir o presidente logo na abertura do programa eleitoral do PSDB partiu de pesquisas qualitativas e da ideia de que o tucano não poderia se apresentar como o candidato anti-Lula.

Mas, o risco para essa estratégia, dizem integrantes da oposição que discordaram da veiculação, é fortalecer ainda mais o presidente e, portanto, sua candidata.

O presidente do PTB, Roberto Jefferson, desaprovou a tática. Ele prevê um risco de identidade da oposição e discordou do fato de Lula entrar em evidência e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ser escondido.