O Brasil realmente é um país incrível. E vamos analisar alguns aspectos para chegarmos à Copa do Mundo de 2014.

A imagem desse país gigante é uma das piores lá fora e não sem razão. O brasileiro é tido como picareta, mal educado, mentiroso, não cumpre palavra e é corrupto, só para ficar em alguns exemplos.

Vejamos quem tem razão dentro destas questões que abordo com voce meu amigo leitor. Quantas vezes voce já ouviu falar de alguem que fez “gato” na rede elétrica para roubar energia? Sabia que a Companhia Energética de Goiás tem uma empresa que destina funcionários somente com a incumbência de descobrir esse tipo de irregularidade. Opa!? Roubo?

De acordo com pesquisa recente, mais da metade das motos que circula em Goiânia está irregular. Muitas contruções não têm o material adequado para dar segurança e longevidade à obra. Quantos veiculos estão hoje com a documentação em dia?

Muitos argumentam que esse tipo de comportamento é em função da classe política que não dá o exemplo de honestidade e honradez, mas isso é justificativa? O político está no cargo porque o povo o colocou lá. Quando voce vê, por exemplo, Paulo Maluf no Congresso Nacional é porque alguem votou para que fosse eleito. Renan Calheiros, José Agripino Maia, Romero Jucá, Gedel Vieira Lima, ACM Neto, José Sarney, Carlos Alberto Leréia, Eduardo Azeredo estão no Parlamento porque alguem votou neles. Ou seja: vota, depois reclama e bota a culpa neles e nos outros por tudo de ruím que acontece.

O político não pode ser culpado, por exemplo, do motorista não respeitar a faixa destinada ao pedestre e de motoqueiro, ao ver alguem atravessando no semáforo, acelerar só pra assustar,  ameaçar com o barulho e fazer a pessoa correr. O político não pode ser responsabilizado quando o produtor rural pega empréstimo num banco e ao invés de investir em tecnologia para aumentar a produção, compra camioneta para se exibir na cidade e depois não paga a conta.

Não é certo atribuir ao político o fato de nossas fazendas não produzirem o que é possível. A cerca de arame, uma bagunça, a fazenda mal cuidada, o curral caíndo e a terra mal cuidada.

É justo atribuir ao político a desintegração familiar onde o filho é um terror na escola e em casa dá as cartas amedrontando pai e mãe? É justo atribuir ao político quando alguem quebra o telefone público depreda propriedadas, estraga placas de sinalizalização, pixa tudo que vê pela frente, além de não respeitar fila e tampouco dar priodade aos idosos?

A classe política é o resultado do povo. É a face do povo. É o reflexo da sociedade. Você, leitor, se lembra em quem votou nas últimas Eleições para deputado, vereador, senador?

Grande parte não se lembra e deveria se lembrar para cobrar fazer valer seu direito de cidadão. Temos uma mentalidade que ajuda o corrupto e é algo que está arraigado na nossa cultura, que é a de achar que o dinheiro de impostos e taxas são do governo. Na verdade, o dinheiro é nosso… Meu e seu. O governo é apenas um gestor. Ele foi eleito para administrar – e bem com zelo – e honestidade o nosso dinheiro. Por isso não fazemos valer o que é nosso direito e o que é obrigação do governante.

Fiz esta explanação para chegar à Copa do Mundo de 2014. O Secretário Geral da Fifa, Jerome Valcke, deu uma “pregada” nas autoridades brasileiras por conta do que está sendo executado para o Mundial. Quando o Brasil foi escolhido como o país sede sem concorrência, pois era candidatura única, estabeleceu-se um cronograma de obras de infra-estruturas como aeroportos, estradas, hotéis, rede de comunicação e principalmente estádios nas cidades-sedes.

Esse planejamento previo, que até o dia 3 de maio todos os estádios deveriam estar com suas respectivas obras em andamento, para que não tenhamos o sufoco que a África do Sul está tendo, com sua Copa que começa no mês de junho. Até agora aquele país não terminou as obras. No caso do Brasil, todos os estádios deveriam estar prontos até 2012, para a realização da Copa das Confederações, e é claro que isso não vai acontecer por diversos motivos. Falta de dinheiro, planejamento e ação. Até hoje ninguem colocou nenhum tijolo em nenhum estádio.

Não gostamos de ser chamados à atenção por um estrangeiro porque estamos acostumados com o “jeitinho” brasileiro de deixar tudo pra última hora. E não raro, tentamos empurrar com o barriga, coisa que, especialmente o europeu, não admite, pois o planejado tem que ser executado. “Pronto e acabou, não tem conversa”.

O Secretário disse que nada será feito nesse ano por conta das eleições. E ele tem razão. Porque quase tudo para por conta disso. Para o ano que vem ele está pessimista pois tem Carnaval e tambem vai atrabalhar, ai ele deu bobeira porque todo ano tem isso no Brasil.

Esse exemplo de enrolação apenas ilustra como é nossa cultura de não agilizarmos as coisas e deixar tudo pra última hora. O brasileiro é relaxado, relápso, não cumpre cronograma e por isso vai ter sérios problemas para a realização da Copa em 2014. E se nada mudar, o país vai expor ainda mais para o mundo suas fragilidades culturais quando deveríamos aproveitar essa grande oportunidade de mostrar a todos que o Brasil mudou.