A cidade comemora o início de um novo ano e o fato é que 2014 será um ano curto para tantas realizações prometidas ao raiar do dia primeiro. No Brasil, a vida só recomeça depois do carnaval, que, em 2014, será em março. Até lá, as coisas se darão em ritmo lento, na expectativa de uma explosão pós-carnaval.

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Explosão que não virá porque a partir daí teremos outro grande evento para aguardar, a Copa do Mundo, em junho. E o país, que nem havia engrenado direito, vai literalmente parar na esperança do sexto título mundial. Durante um mês, de 12 de junho a 13 de julho, os brasileiros não farão outra coisa senão ver, ouvir, discutir e viver o futebol.  Se o Brasil ganhar a Copa, será mais uma semana de comemoração. Se perder, uma semana para lamentar.

A retomada da vida corriqueira, prorrogada para agosto, será novamente interrompida. Desta vez pelas eleições, marcada para outubro. Candidatos a presidente, governador, deputados estadual e federal invadirão as casas de todos em busca de votos. A cada dois anos o Brasil para eleger aqueles que prometem fazer o país andar. Além disso, seis feriados nacionais cairão em dias de semana: 1º de janeiro, Paixão de Cristo, Tiradentes, Dia do Trabalho, Corpus Christi e Natal. 

O Brasil é um dos países com a menor produtividade do mundo. O trabalhador da indústria produz quatro vezes menos que a média dos trabalhadores industriais de países como Estados Unidos, Suíça, Noruega, Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul, Japão, Holanda, Suécia, Israel e Alemanha. Enquanto o brasileiro produz o equivalente a US$ 26 mil no ano, o trabalhador de países competitivos chega a produzir US$ 100 mil.

O levantamento é de um ano normal, de 2010. Imaginem o que ocorrerá em 2014, quando o país passará a maior parte do ano vivendo o carnaval, a Copa do Mundo e as eleições. Em 2014 faltaram dias para que o brasileiro possa realizar todos os seus sonhos particulares. Alguns se contentarão com o título de campeão da escola de samba ou do futebol e outros com a vitória eleitoral de seu candidato. Mas, ao fim de 2014, a sensação de todos será de que o ano não aconteceu de fato. Mas ainda bem que sempre haverá o ano seguinte, para renovar as esperanças.