O Goiás entrou em 2020 com grandes expectativas. Além de buscar tomar o título de campeão goiano do rival Atlético, o clube também projetava uma participação de sucesso na Copa Sul-Americana, avançar o mais longe possível na Copa do Brasil e ainda manter ou melhorar a posição que teve em 2019 no Campeonato Brasileiro, quando terminou na 10ª colocação.

A participação na elite do futebol brasileiro no ano passado, depois de três temporadas seguidas na Série B, foi considerada positiva e serviu para colocar a equipe em destaque na principal competição nacional novamente, assim como valorizar seus jogadores. Michael, artilheiro do time na temporada e eleito a revelação do último Campeonato Brasileiro, por exemplo, acabou vendido para o Flamengo.

Contudo, nem tudo correu como o planejado nesta temporada. A equipe acabou eliminada de maneira precoce na Sul-Americana para os paraguaios do Sol de América, que ganharam os dois jogos da primeira fase do torneio internacional e proporcionaram duas das três derrotas dos esmeraldinos em 2020. A outra veio para o Atlético, na primeira fase do Goiano, em nova vitória rubro-negra por 3 a 0, como no primeiro jogo da final estadual do ano anterior.

De qualquer forma, o time encenava um crescimento e conquistou vitórias importantes na Copa do Brasil, deixando pelo caminho o Fast Club-AM e o Santo André-SP. Na terceira fase, venceu o primeiro jogo contra o Vasco da Gama, no Rio de Janeiro. Até a paralisação do Campeonato Goiano e a suspensão das competições organizadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Goiás tinha registrado oito vitórias, quatro empates e três derrotas em 15 partidas, tendo marcado 20 gols e sofrido outros 12.

Do time que finalizou a última temporada e conseguiu bons resultados no returno do Campeonato Brasileiro, saindo da zona de rebaixamento para assegurar uma vaga na Copa Sul-Americana, o treinador Ney Franco contou com Tadeu no gol, Yago Rocha, Fábio Sanches, Rafael Vaz e Jefferson na defesa, Yago Felipe, Gilberto Júnior e Léo Sena no meio de campo, além de Leandro Barcia, Rafael Moura e Michael no ataque. Desses, apenas Yago Felipe, Barcia e Michael não permaneceram no clube.

Já nesta temporada, embora a equipe tenha mudado bastante sua formação titular com o revezamento dos jogadores de acordo com as competições, o time considerado ideal até a paralisação dos jogos teve Tadeu no gol, a defesa formada por Pintado, Fábio Sanches, Rafael Vaz e Caju, enquanto Léo Sena, Sandro e Daniel Bessa no meio de campo e o trio Keko Villalva, Rafael Moura e Victor Andrade no ataque. Ou seja, Ney Franco mudou seis posições.

Entre 2019 e 2020, o vice-presidente de futebol Mauro Machado ressaltou que hoje tem “um elenco um pouco melhor. Tivemos uma campanha muito legal no ano passado, mas, principalmente nos últimos jogos, estávamos vendo uma evolução grande do time dentro de campo. Às vezes as pessoas não percebem algumas coisas, mas disputamos o Campeonato Goiano praticamente com o time reserva o tempo todo. Nas competições que entramos, exceto a Copa Sul-Americana, que realmente foi um desastre, fomos bem”.

“Os jogos que fizemos na Copa do Brasil foram bastante satisfatórios, então acredito muito na força desse elenco. Claro que se as coisas que tivessem correndo de maneira adequada, sem a pandemia, provavelmente faríamos uma ou duas contratações para algumas situações que achássemos que não estava ideal dentro de campo, mas de uma maneira geral temos uma confiança grande no elenco que temos hoje”, acrescentou o dirigente esmeraldino.

Nesta temporada, o Goiás buscou reforços no mercado internacional. Das 13 transferências realizadas, cinco foram estrangeiras. Além do ítalo-brasileiro Daniel Bessa, emprestado pelo Hellas Verona-ITA e que nunca tinha jogado profissionalmente no Brasil, a diretoria esmeraldina trouxe também o uruguaio Juan Pintado (Juventud-URU), o chileno Ignacio Jara (Cobreloa-CHI), o argentino Keko Villalva (Veracruz-MEX) e o peruano Kevin Quevedo (Allianza Lima-PER).

Questionado sobre o desempenho desses jogadores, Mauro Machado avaliou bem, “tanto que praticamente três são titulares, ou jogaram a maior parte dos jogos como titular. O Quevedo e o Jara ainda não tiveram oportunidade de mostrar e nem a chance de adaptação, mas acredito muito que também estarão no nível dos outros ou de repente podem até surpreender em um nível um pouco acima. De maneira geral, estou satisfeito com esses atletas que vieram para o clube”.