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O Fórum de Governadores divulgou nesta quinta-feira (6) uma carta endereçada aos deputados federais pedindo apoio para inclusão de Estados e municípios na reforma da previdência. O documento é assinado por 26 governadores, entre eles Ronaldo (DEM). Apenas dos governadores do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) e da Bahia, Rui Costa (PE), não assinaram a carta.
Mais cedo um grupo de membros do fórum chegou a divulgar uma carta de repúdio aos deputados que são contrários à extensão das mudanças aos entes federados. Caiado e o governador do Pará, Helder Barbalho, se recusaram a assinar o texto, alegando que não concordavam em repudiar decisões de parlamentes. Eles defendiam a discussão com eles para convencê-los do contrário. Depois dessa posição, o fórum decidiu rever o texto e trocar o repúdio pelo pedido de apoio. Foi então que 25 governadores decidiram assinar. Fora essa mudança, o teor da carta é bem parecido com a versão anterior. (veja abaixo a íntegra do texto).
O Fórum de Governadores marcou uma reunião para terça-feira (11), quando pretendem encontrar com o relator da reforma da previdência, Samuel Moreira (PSDB—SP). Caiado informou em entrevista à imprensa no Congresso Nacional hoje (6) que um grupo de governadores têm uma proposta alternativa para convencer os deputados a manter os entes federados. Eles querem que seja aprovada no texto uma emenda que autoriza os Estados a emitirem um decreto estendendo as mudanças para os servidores públicos estaduais e municipais.
“Carta de apoio à manutenção dos estados, do Distrito Federal e dos municípios na atual proposta de reforma da previdência
Brasília, 6 de junho de 2019
Os governadores infra-assinados manifestam apoio à manutenção dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na Proposta de Emenda à Constituição que modifica o sistema de Previdência Social, atualmente debatida no Congresso Nacional.
Como é de conhecimento de todos, o regime de Previdência é substancialmente deficitário, constituindo uma das causas da grave crise fiscal enfrentada pelos Entes da Federação, os quais, frequentemente, não dispõem de recursos para recolher aposentadorias ou honrar a folha de salário de servidores em atividade.
Caso não sejam adotadas medidas contundentes para a solução do problema, o déficit nos regimes de aposentadoria e pensão dos servidores estaduais, que hoje atinge aproximadamente R$ 100 bilhões por ano, poderá ser quadruplicado até o ano de 2060, conforme estudo da Instituição Fiscal Independente – IFI, do Senado Federal.
Atribuir aos Governos estaduais e distrital a missão de aprovar mudanças imprescindíveis por meio de legislação própria, a fim de instituir regras já previstas no projeto de reforma que ora tramita no Congresso, não apenas representaria obstáculo à efetivação de normas cada vez mais necessárias, mas também suscitaria preocupações acerca da falta de uniformidade no tocante aos critérios de Previdência a serem observados no território nacional.
Cabe ressaltar que a uniformização de tratamento, no que concerne ao estabelecimento de regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes próprios de Previdência Social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, é uma realidade que vigora há mais de 20 anos, desde a edição da Lei nº 9.717/1998.
Destaca-se, ainda, que, desde a primeira reforma da Previdência atinente aos servidores públicos (Emenda Constitucional nº 20, de 1998), o art. 40 da Constituição da República alcança todos os servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sem distinção, representando princípio que se manteve com a aprovação das Emendas Constitucionais nº 41, de 2003, nº 47, de 2005, e nº 70, de 2012. Por conseguinte, contamos com o indispensável apoio de nossos deputados e senadores para a manutenção dos Estados e do Distrito Federal na Nova Previdência, a fim de garantir o equilíbrio fiscal e o aumento dos investimentos vitais que promovam a melhoria da vida de nossos concidadãos, evitando o agravamento da crise financeira que já se mostra insustentável.
IBANEIS ROCHA
Governador do Distrito Federal, Coordenador Nacional do Fórum de Governadores
GLADSON CAMELI
Governador do Acre
RENAN FILHO
Governador de Alagoas
WALDEZ GÓES
Governador do Amapá
WILSON LIMA
Governador do Amazonas
CAMILO SANTANA
Governador do Ceará
RENATO CASAGRANDE
Governador do Espírito Santo
RONALDO CAIADO
Governador de Goiás
MAURO MENDES
Governador do Mato Grosso
REINALDO AZAMBUJA
Governador do Mato Grosso do Sul
ROMEU ZEMA
Governador de Minas Gerais
HELDER BARBALHO
Governador do Pará
JOÃO AZEVÊDO
Governador da Paraíba
RATINHO JÚNIOR
Governador do Paraná
PAULO CÂMARA
Governador de Pernambuco
WELLINGTON DIAS
Governador do Piauí
WILSON WITZEL
Governador do Rio de Janeiro
FÁTIMA BEZERRA
Governadora do Rio Grande do Norte
EDUARDO LEITE
Governador do Estado do Rio Grande do Sul
CORONEL MARCOS ROCHA
Governador de Rondônia
ANTONIO DENARIUM
Governador de Roraima
CARLOS MOISÉS
Governador de Santa Catarina
JOÃO DORIA
Governador de São Paulo
BELIVALDO CHAGAS
Governador de Sergipe
MAURO CARLESSE
Governador do Tocantins”