Samuel Straioto
Samuel Straioto
Jornalista do Sistema Sagres, editor e apresentador da Arena Repense. Estudante do 5º período do curso de Direito na Unifasam.

81 anos de Batismo Cultural e a necessidade de preservação histórica

Goiânia é uma cidade jovem, completa 90 anos no próximo mês de outubro. Nesta semana, a capital completa 81 anos do seu Batismo Cultural. Ao longo de oito décadas, parte da história da cidade se perdeu, e a ausência de consciência histórica contribui para descaracterização da capital e da própria identidade.

O Batismo Cultural serviu para inserir e marcar Goiânia no mapa. Foi uma semana com intensa programação, marcou a capital naqueles primeiros anos após o lançamento da Pedra Fundamental. Símbolos foram erguidos como o Teatro Goiânia, o Coreto da Praça Cívica e a Escola Técnica, que hoje é o Instituto Federal de Goiás.

Beleza escondida

A construção de vários símbolos foi no estilo Art Déco, porém a beleza que desliza nos traços dos prédios está escondida atrás das placas de propaganda. Há uma lei aprovada em Goiânia que trata sobre o assunto, a Lei Complementar nº 326, de 3 de janeiro de 2020, a chamada Lei das Fachadas.

Movimento de pessoas na Avenida Anhanguera, no Setor Central em Goiânia (Foto: Sagres Online/Charlie Pereira)

Mesmo com a legislação existente, os chamados engenhos publicitários no Centro de Goiânia ainda estão fora dos padrões. Em 2019, o Município chegou a estruturar a concessão de benefício fiscal aos proprietários ou locatários dos imóveis, mas não avançou.

Atualmente a Lei das Fachadas, “encontra-se em fase de análise e revisão pelos técnicos da Secretaria Municipal de Planejamento e Habitação (Seplanh). Mais importante do que ter legislação aperfeiçoada é preciso ter consciência histórica, para isso vale políticas públicas permanentes sobre o assunto.

Valorização histórica

Goiânia se prepara para o seu centenário e a valorização histórica não se dá apenas por obrigações, ou reformas intermináveis de espaços públicos que trazem transtornos e reforçam um afastamento.

Penso que seria válido campanhas educativas permanentes, mas não se limitando apenas a escolas, mas tentando envolver diferentes segmentos da sociedade, incluindo lojistas. Mostrar a eles a importância de preservação, e que podem ter algum retorno, colabora para construção de um sentimento de pertencimento.

Ao longo de oito décadas é comum a existência de relatos de documentos perdidos, espaços transformados, descaracterizados, sem levar em conta o valor histórico. Goiânia é uma cidade jovem, mas algumas raízes ficaram para trás.

Que essa renovação do Batismo Cultural, nos ajude a pensar em mais consciência histórica. Vale para o poder público e para a sociedade.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 17 – Parcerias pelas Metas;

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