A partir da segunda metade do Brasileirão Série A, o Atlético teve uma grande mudança em seu esquema de jogo e, consequentemente, de atuação. Comandado por Marcelo Cabo e Doriva na primeira metade, o time conseguiu uma pífia campanha, comprometendo todo o restante do campeonato.
João Paulo Sanches assumiu a partir do duelo contra o Botafogo (1 a 1), no dia 23 de agosto, no Olímpico (GO). Na sequência, conquistou a segunda vitória do Atlético na competição e, ao mesmo tempo, sua segunda vitória no comando da equipe. Isto porque na 5ª rodada do 1º turno, após a demissão de Cabo, com JP a beira do gramado, o Atlético havia conquistado sua primeira vitória no BR17. Foi contra a Ponte Preta, no Olímpico, por 3 a 0.
Na última semana divulguei aqui no BLOG os nomes dos técnicos que interessam ao Atlético pra 2018 (clique aqui para conferir). Após análise do trabalho de João Paulo Sanches, tracei cinco motivos para uma possível permanência do técnico ainda interino no comando da equipe.
1º O bom aproveitamento na Série A
Com um desempenho incrível, o Atlético de JP Sanches obteve 43% de aproveitamento. Se em todo o campeonato este fosse o mesmo desempenho do clube atleticano, estaria na 13ª colocação, conquistando a sonhada vaga para a Copa Sul-Americana. Segundo informações do analista de desempenho do Atlético, Rafael Cotta, o Atlético está na 15ª colocação na classificação do returno.
2º Conhecimento profundo do elenco
João Paulo Sanches foi um dos construtores do atual elenco do Atlético. Ainda no comando de Marcelo Cabo, foi encarregado de observar alguns jogadores antes de suas contratações. Por isso tem total propriedade para querer usar certos jogadores de várias maneiras em suas formações.
3º Evolução individual dos atletas
O conhecimento profundo do elenco permitiu com que João Paulo extraísse o máximo de seus comandados. Destaco alguns jogadores:
::: Luiz Fernando – Com o atual técnico no comando, a joia da casa marcou 90% de seus gols na Série A. Artilheiro do time na competição, Luiz balançou as redes por nove oportunidades. Destes, oito saíram em jogos que o time foi comandado por Sanches.
::: Diego Rosa – Apesar da maior parte da torcida não apoiar o atacante, Diego teve sua confiança retomada sob o comando de João. Das 21 partidas disputadas no Brasileirão, seus quatro gols foram marcados com JP no comando.
::: Andrigo – Foi fixado em sua posição e teve uma grande importância na evolução do sistema ofensivo do Atlético. Sua regularidade em campo foi primordial para o avanço técnico da equipe.
::: Jorginho – Com grande possibilidade de negociação no final desta temporada, Jorginho foi um dos grandes beneficiados das formações ofensivas de João. Com o atual sistema criado por Sanches, Jorginho pôde mostrar suas habilidades na distribuição de bola no meio-campo atleticano.
::: André Castro – Este entendeu sua função como 1º volante no time atleticano, conseguindo organizar bem o setor. É extremamente importante quando o time não está com a posse de bola. Organiza bem o sistema defensivo da equipe.
4º A consolidação do sistema defensivo do Atlético
A organização defensiva do 4-1-4-1, fez com que o time atleticano tivesse um saldo de gols positivo no comando de Sanches. Com os técnicos anteriores, a quantidade de gols sofridos se sobressaia ao de gols feitos. Veja:
Técnico: |
GP |
GC |
SG |
Marcelo Cabo |
1 |
11 |
-10 |
Doriva |
8 |
17 |
-9 |
João Paulo Sanches |
28 |
27 |
1 |
5º Um bom relacionamento com a diretoria do Atlético
Desde que chegou ao clube, João sempre teve um ótimo relacionamento com o diretor de futebol e vice-presidente executivo Adson Batista. Procurei o atual técnico do Dragão para que falasse sobre esta boa ligação com a direção.
“É uma relação muito direta, onde procuro passar para o Adson todos os nomes de atletas que acho interessante e com o perfil do clube para a próxima temporada. A partir daí nós discutimos, mas a palavra final é sempre dele”, disse.