Foto: FGF/Site Estádio Serra Dourada
O maior patrimônio de um clube de futebol é sua torcida. Entender a importância dos fãs é muito importante para o crescimento de uma agremiação. Para alguns especialistas, os times de futebol aumentam o número de aficionados na proporção de suas conquistas: títulos, exposição na mídia, convocação de jogadores para a seleção, revelação de novos craques etc.
Para o pesquisador Rodolfo Ribeiro da Faculdade de Economia, da USP, a dinâmica familiar é um fator fundamental. Ribeiro constatou, em sua pesquisa, que a probabilidade de uma pessoa nascida numa família de fanáticos por um determinado clube torcer para outra equipe é mínima. Segundo o pesquisador, os clubes devem ter isso em mente ao planejar suas estratégias.
O Goiás, talvez seja o time que melhor espelha esta situação. As famílias tradicionais estão no poder, praticamente desde a fundação do clube. A sucessão ocorre de forma natural, com pouca resistência da oposição. Ao longo do tempo, outras famílias entraram para a sociedade. O time esmeraldino mantém a hegemonia estadual, com a conquista de 7 títulos em 6 anos, mas perdeu força em nível nacional. Despencou no ranking da CBF. Caiu da 14ª para 22ª posição. Já são 3 anos na série B, com um pífio desempenho. Muitos membros da “família alviverde” desertaram. Nos últimos anos, a “família esmeraldina” vem sofrendo baixas.
O não menos estudioso, Gerliezer Paulo, da Rádio Sagres 730, chegou a dizer que o “Goiás é o time brasileiro que mais perde torcedores vivos”. Parece absurdo? Mas não é. Acompanho a repercussão em grupos de whatsApp e nas redes sociais. A torcida esmeraldina está “em pé de guerra”. Desde a derrota para o Santos, pelo Brasileirão da série A, em 2013, quando o Verdão sofreu uma goleada e perdeu a chance de voltar a Copa da Libertadores da América, muitos “torcedores” disseram que não retornariam mais ao estádio. De lá para cá, a cada derrota é uma debandada.
Os torcedores remanescentes, que sobreviveram a esse “terremoto”, terão um papel fundamental, nesta quarta-feira. Uma vitória contra o Avaí, pela Copa do Brasil vale uma “vida verde”. Além da classificação para as oitavas de final da competição e 2 milhões e 400 mil reais de prêmio, dará a comissão técnica um salvo-conduto para os próximos jogos do campeonato brasileiro.
O comportamento do torcedor será decisivo para o bom desempenho da equipe alviverde. É preciso tocar em frente. Esquecer as mágoas do passado recente e não temer o futuro. O objetivo é específico. É torcer como se fosse o último jogo da história.
O jornalista e escritor uruguaio, Eduardo Hughes Galeano sentenciou: “Durante a vida, um homem pode trocar de esposa, de partidos políticos, de religião, mas nunca o seu time de futebol”.
Então, para os heróis da resistência fica a sugestão. Compareçam ao estádio com o grito de incentivo na ponta da língua: “Pra vencer, tem de ser guerreiro. Pra te vê, sou sempre o primeiro”.
Boa sorte, Verdão!