O governador Alcides Rodrigues fez duras críticas à decisão da Assembléia Legislativa que mudou, na noite de quarta-feira, o projeto do acordo entre o governo do Estado, Eletrobrás e Secretaria do Tesouro Nacional. Durante inauguração de Estação de Tratamento de Esgoto nesta manhã (20), na cidade de Acreúna, o governador aumentou o tom contra a oposição, que se uniu para fazer a mudança no projeto original. 

Alcides creditou “ao senador, ex-governador de Goiás”, a responsabilidade pela inviabilização da salvação da Celg, pela alteração do projeto. Às pessoas que compareceram ao e vento, o governador Alcides disse: “Quero nominar o arquiteto desta operação. E eu digo publicamente: o senador, ex-governador de Goiás, foi o principal arquiteto, pensando só nele, e não nos destinos de Goiás. Ele quebrou o Estado. Quebrou a Celg. E agora jogou a pá de cal na cova desta importante empresa de Goiás”, discursou.

Segundo o governador, a decisão prejudica diretamente os municípios, que receberiam de imediato o repasse do ICMS que a Celg deve às cidades. “Lamentavelmente, a discussão que deveria ser técnica, foi levada para o lado político. Com isso, não foi aprovado o projeto de salvação da Celg. O que que vai acontecer? Os prefeitos, as cidades, os munícipes, deixarão de receber quase R$ 250 milhões que dentro de 15 dias seriam destinados às suas prefeituras. Isso já foi por água abaixo. Acabou”, avaliou.

Com a decisão no Legislativo, abre-se novamente a possibilidade de a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decretar a caducidade da empresa. Com isso, Goiás perderia a companhia, ficaria com a dívida e ainda teria de absorver todos os funcionários que hoje trabalham na empresa. “O projeto de salvação da Celg também já foi por água abaixo. Lamentavelmente. Ao que tudo indica, nós vamos perder a principal empresa de energia, a principal empresa estatal do Centro-Oeste brasileiro. Por capricho político de pessoas que só pensam em si, e não pensam no futuro de Goiás, não pensam nos goianos”.

O governador também fez um alerta: Disse que a história cobrará dos que fizeram a manobra que acabou inviabilizando o acordo. “A essas pessoas, que votaram para que a empresa não fosse salva, eu quero dizer que a história vai mostrar o pecado que cometeram e o grande prejuízo que fizeram para Goiás. A história está sendo escrita. E será escrita pela verdade. E a verdade é soberana”.

Para Perillo, Assembléia agiu corretamente

Em entrevista na tarde desta sexta-feira, o candidato da coligação Goiás quer mais, Marconi Perillo, afirmou que a Assembléia legislativa agiu corretamente ao inserir o substitutivo no projeto de empréstimo para a Companhia.

Segundo ele, os deputados melhoraram o texto original do executivo. “Eles fizeram a parte deles. Eu conversei com autoridades da Aneel e eles acham que a mudança no projeto foi benéfica para a empresa”, disse ele.

O candidato diz não acreditar que a operação seria sepultada, como a firmam técnicos do governo e o próprio governador Alcides Rodrigues. “Não acredito nisso. O melhor que o governo pode fazer é pagar suas obrigações junto à Eletrobrás e colocar a CELG adimplente para que ela possa se equilibrar financeiramente”, argumentou.

“Na minha opinião, esse é o encaminhamento mais sério”, completou o tucano.