(Foto: Assessoria de Comunicação)

Conforme apontam dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), entre 2003 e 2022 a população jovem brasileira ultrapassará os 50 milhões, configurando o chamado platô da juventude. Isso significa que os desafios colocados ao Estado, ao mercado e à sociedade de modo geral serão imensos, pois cada vez mais serão necessárias ações que promovam a qualificação a empregabilidade destes jovens, e que contribuam, acima de tudo, para que boa parte deste contingente de brasileiros possa sair da triste condição de altíssima vulnerabilidade social.

Com uma preocupação latente a cerca desses dados, o diretor do Instituto Promover (Iphac), Valdinei Valério, tem estudado e sido convidado a participar de fóruns que buscam resolver as questões de políticas públicas voltadas para a juventude no Brasil e no mundo. Pela segunda vez, Valdinei coordenará o grupo C20, que é um dos sete de envolvimento independente compostos por organizações da sociedade civil na preparação para o encontro das principais nações do mundo, o G20. Como coordenador, ele, estará à frente do grupo que irá estudar, analisar e debater o tema “Labour, Business and Human Rights”, ou seja, Trabalho, Negócios e Direitos Humanos.

Durante meses, vários fóruns de C20 acontecem como preparação para a construção de um documento que será apresentado para as autoridades do Grupo dos 20. Nos dias 18 e 19 de fevereiro, Valdinei vai participar, no Japão, do segundo encontro do grupo. Ele defende que oportunizar a juventude não é apenas um desafio que se coloca à sociedade brasileira. “Essa promoção da juventude se impõe a todos os países comprometidos com o futuro e com o que dispõe as Nações Unidas em termos de desenvolvimento social e econômico”, defende. 

Mas de quem é, de fato, esta responsabilidade sobre os jovens? A sociedade deve aguardar que apenas o Estado, por meio de políticas públicas, seja o real e efetivo promotor da juventude e de seu futuro? Ou será que outros atores políticos também devem ser vistos como co-responsável por esta empreitada?

Em meio a tantas perguntas, Valdinei analisa que a busca por justiça social apenas por meio das ações do Estado, principalmente de um Estado maior e mais centralizado, parece ter “minado água” como única alternativa ao se analisar as diversas experiências desta natureza no mundo todo.

E, na tentativa de responder a essas perguntas, desde 2017, o diretor do Iphac tem participado de debates em todo o mundo sobre o ingresso da juventude no mercado e quais são as políticas públicas que podem ser adotadas. Valdinei relata que a crença de que “o mercado por si só através de um liberalismo exacerbado traria maior equidade entre as pessoas” caiu por terra, principalmente ao se analisar a condição dos países mais pobres. Ele reitera que o caminho para a promoção social e para o desenvolvimento econômico de nossos jovens, ao que tudo indica, trata-se de um “desafio conjunto”, o qual demanda por ações assertivas tanto da esfera pública como a da iniciativa privada.

“Nessas reuniões do C20 é discutido um modelo para a implantação de políticas públicas voltas para esses jovens vulneráveis socialmente. É o momento em que colocamos na balança a importância do Estado neste processo e faz-se um convite à reflexão mais aprofundada sobre as possibilidades de ação do mercado, do empresariado, da iniciativa privada”, expõe.

Valdinei, conclui que ao preparar um documento que será apresentado no fórum do G20 – encontro que reúne os principais países industrializados e emergentes do mundo – é preciso colocar os equívocos administrativos em pauta e chamar a atenção para uma falha gravíssima em todos os países, inclusive desenvolvidos e em desenvolvimento, que é a “falta de compromisso com o cumprimento do que é acordado nos espaços mundiais de discussão das políticas públicas para a juventude”.