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Um vídeo no qual uma boneca de olhos esbugalhados, cabelo preto comprido e uma boca que sugere um sorriso maquiavélico, e que mostra a crianças como fazer para cometer suicídio tem chamado a atenção de forma aterrorizante nas redes sociais. É o caso do desafio da Momo, que aparece no meio de vídeos aleatórios de plataformas na internet e “ordena” aos pequenos a como cortar os próprios pulsos com objetos afiados e que podem ser encontrados em casa. 

Na semana passada, a revista Crescer, do grupo Globo, publicou uma reportagem alertando pais e mães sobre imagens da Momo que apareceram no YouTube Kids, um aplicativo exclusivo de vídeos infantis, mas que acabou tendo o algoritmo de segurança burlado para inserção de trechos de vídeos da boneca. 

A reportagem mostrou que a boneca aparecia no meio de um vídeo que ensinava a fazer o brinquedo slime, também em vídeos da porquinha “Peppa” e de um tubarãozinho colorido dançante, o “Baby Shark Dance”. 

A reportagem chamou atenção para uma outra preocupação. É que os próprios adultos têm compartilhado os conteúdos da Momo para alertar uns aos outros, e é aí que pode morar o perigo, pois em muitos casos as crianças (filhos, netos, sobrinhos) têm acesso ao mesmo celular, e podem visualizar as mensagens, caso não tenham sido apagadas, ou mesmo o próprio vídeo na pasta que arquiva as imagens no aparelho. 

Na semana passada, o Ministério Público da Bahia abriu um procedimento para apurar casos em que imagens da boneca aparecem em aplicativos como o YouTube e de mensagens como o WhatsApp. Foram enviadas notificações para Google e WhatsApp pedindo informações e a remoção desse conteúdo, num prazo de 24 horas. 

Em resposta à reportagem da revista, o Youtube informou que “Ao contrário dos relatos apresentados, não recebemos nenhuma evidência recente de vídeos mostrando ou promovendo o desafio Momo no YouTube Kids. Conteúdo desse tipo violaria nossas políticas e seria removido imediatamente. Também oferecemos a todos os usuários formas de denunciar conteúdo, tanto no YouTube Kids como no YouTube. O uso da plataforma por menores de 13 anos deve sempre ser feito pelo YouTube Kids“.