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O próximo domingo (31) marca os 55 anos do golpe de Estado que deu início ao processo ditatorial comandado pelas Forças Armadas no Brasil, e que perdurou por mais de duas décadas. A poucos dias da data, o presidente Jair Bolsonaro mudou o discurso e disse que não mandou comemorar o período. A declaração foi dada em entrevista ao jornal Valor Econômico.
“Não foi comemorar, foi rememorar, rever o que está errado, o que está certo e usar isso para o bem do Brasil no futuro”, disse, após participar de evento no Clube do Exército em Brasília.
Apesar disso, o porta-voz oficial da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, disse no início desta semana que Bolsonaro determinou as “comemorações devidas” para a data. Para as Forças Armadas, a deposição do então presidente João Goulart que deu início ao período de ditadura militar, que perdurou por 21 anos, foi uma “revolução” e não um golpe.
Ao ser questionado pelo jornal sobre a Ordem do Dia, escrita pelo Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e assinada também pelos comandantes das três forças, o presidente disse que ela traz “história”. “Tem datas ali”.
O texto, que será lido como Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964 nos quartéis, diz que após 55 anos “a Marinha, o Exército e a Aeronáutica reconhecem o papel desempenhado por aqueles que, ao se depararem com os desafios próprios da época, agiram conforme os anseios da Nação Brasileira”. “Mais que isso, reafirmam o compromisso com a liberdade e a democracia, pelas quais têm lutado ao longo da História”, diz
O texto diz ainda que “As Forças Armadas participam da história da nossa gente, sempre alinhadas com as suas legítimas aspirações. O 31 de Março de 1964 foi um episódio simbólico dessa identificação, dando ensejo ao cumprimento da Constituição Federal de 1946, quando o Congresso Nacional, em 2 de abril, declarou a vacância do cargo de Presidente da República e realizou, no dia 11, a eleição indireta do Presidente Castello Branco, que tomou posse no dia 15”.