(Sagres Online)
O Ministério da Educação do governo de Jair Bolsonaro cortou R$ 32 milhões do orçamento da Universidade Federal de Goiás (UFG) destinado a pagar as contas de custeio, como água, energia e segurança, deste ano, e a investimento. Dessa forma, os R$ 100 milhões previstos para 2019 vão cair para R$ 68 milhões. O reitor Edward Madureira disse à Sagres nesta sexta-feira (3) que é impossível terminar o ano com este corte. Para exemplificar, ele observa que só a conta de energia elétrica consome R$ 20 milhões por ano.
Segundo o ele, o dinheiro de pagar as contas vai acabar em setembro ou outubro. “Será impossível chegar a dezembro”. O corte foi determinado pelo ministro Abraham Weintraub. Na terça-feira ele disse que cortaria 30% dos recursos de três universidades federais: a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA), alegando que promoviam “balbúrdia” e tinham baixo desempenho.
Depois de receber muitas críticas da comunidade acadêmica e de especialistas, ele mudou o discurso e estendeu a medida a todas as universidades federais do país. O corte nas instituições soma R$ 2,5 bilhões.
O reitor da UFG afirma que há quatro anos o orçamento da instituição vem sofrendo cortes. Em 2013, recebia em média R$ 50 milhões para custeio e investimento (construção e ampliação de prédios ou investimento em laboratórios). Essa verba caiu para R$ 5 milhões atualmente. Os recursos que sobram, diz, estão sendo usados apenas em custeio. Apesar disso, a instituição continuou a crescer. No ano passado, diz, foram criados dez cursos de pós-graduação.
Os reitores das universidades estão se mobilizando para tentar reverter a decisão do ministro Abraham Weintrub. Já estava prevista uma reunião dos dirigentes com o ministro para o dia 16 de maio. Edward diz que o propósito inicial é o diálogo. Ele informa que a Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições de Ensino Superior (Andifes) está se mobilizando para defender a universidade pública. Recentemente conseguiu articular a criação de uma frente parlamentar na Câmara dos Deputados, que reúne cerca de 200 parlamentares.