Adversário do Atlético na sexta-feira (10) pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, o Red Bull Bragantino é cotado como um dos favoritos a conquistar a vaga para a elite do futebol brasileiro em 2019. Todo esse favoritismo se dá pelo alto investimento que o clube teve após parceria com a empresa, concretizada em março desse ano.

“Se tratando de futebol brasileiro, no porte de time de Série B e Série A, é novidade. Precisa ver agora como o torcedor vai reagir com isso porque a nossa cultura é bem diferente em relação a isso, mas eu acredito que isso é o futuro. Eu não sei como vai ser gerido, se terá um Conselho, se vende só uma parte das ações do clube, porque as tradições do clube não podem ser perdidas. É um processo profundo”, analisou Adson Batista, presidente do Atlético.

Adson Batista (Foto: Paulo Marcos/Ass ACG)

O investimento da Red Bull Brasil no clube de Bragança Paulista gira em torno de 45 milhões de reais e é semelhante a práticas que já acontecem com clubes da Europa e, segundo o dirigente atleticano, situações como essas serão ainda mais comuns daqui para frente.

“Em relação ao RB Bragantino, eu vejo de maneira bastante positiva por conta do investimento, vai melhorar a competição, vai ser o time a ser batido. Eu participei de um clube, mas era um projeto muito embrionário. Para mim e para o meu trabalho não teve influência nenhuma, mas eu acredito que o futuro vai ser clube-empresa porque hoje, cada dia mais, as administrações têm que ser profissionais”, destacou.

Apesar do montante, só o dinheiro não é suficiente para que o clube garante vaga na Série A do ano que vem. “Vai desequilibrar (a Série B), mas o futebol não é só dinheiro. Facilita muito você montar time com dinheiro, mas acredito que é importante você conhecer bem a competição e o Atlético conhece. Nós precisamos incorporar ainda mais o espírito da competição, mas eu confio no nosso grupo”.

Mesmo acreditando que no futuro os clubes não terão para onde “correr”, Adson Batista não enxerga que a prática daria certo no Atlético, pelo menos no momento atual da instituição.

“É uma decisão muito profunda, decisão de Conselho, que várias pessoas têm que avaliar. Eu, sinceramente, não vejo hoje o Atlético com esse perfil. É lógico que precisa ser estudado juridicamente, mas se for o futuro, acho que o clube tem que manter um percentual, tem que ter um Conselho gestor para que não fuja das diretrizes que o cube foi idealizado que é buscar vitórias, títulos e não seja apenas pensamento em negócios e ganhar dinheiro”, explicou.

Na visão do presidente rubro-negro, não é só o Dragão que ainda não está preparado para tal investimento. Segundo ele, nenhuma equipe do futebol goiano teria condições de adotar a prática antes de um estudo.

“Eu acho que não (estão preparados). Nós precisamos discutir muito ainda, não é só vender o clube. O que vai acontecer com o futuro desse clube? Quais os objetivos de quem está investindo? Tem muita coisa, é muito profundo, precisa ser muito bem avaliado”, comentou Adson.