Fernando foi contratado pelo Galatasaray na temporada anterior e pode conquistar o seu segundo Campeonato Turco (Foto: Galatasaray)
Revelado pelo Vila Nova, Fernando já trilhou uma trajetória de sucesso no futebol internacional, com títulos pelo Porto (Portugal) e Manchester City (Inglaterra). Campeão goiano pelo clube colorado em 2005, ele não esquece as origens de quem o revelou. Melhor jogador criado no Tigrão nas duas últimas décadas, Fernando hoje é um dos destaques do Galatasaray.
Prestes a conquistar mais uma taça para sua galeria, o jogador foi entrevistado pela Sagres 730 lamentou o momento vivido pelo Vila Nova na temporada, comentou sobre a vida na Europa, pensamento em retornar para o futebol brasileiro, relação com Taffarel e Neymar e também contou histórias sobre a vida na Turquia. Leia abaixo a entrevista na íntegra.
Há seis rodadas, a diferença do Galatasaray para o então líder Istambul no Campeonato Turco era de oito pontos. Como foi essa arrancada?
Há três, quatro semanas, estávamos bem distantes do líder, que era o Istambul. Eles perderam alguns jogos nas últimas rodadas, nós vencemos os nossos e conseguimos encostar. Agora a nossa possibilidade de ser campeão é muito grande.
Você brilhou no clássico com o Besiktas com mais um gol, assim como no ano passado. Virou artilheiro?
Todo mundo começou a comentar isso antes do jogo, que esperava que eu fizesse gol outra vez. Eu disse que era difícil por conta da minha posição, mas deu tudo certo. Ainda fiz uma assistência e um gol. Fiquei muito feliz com a minha partida. Meu objetivo é ajudar a equipe, fazer o melhor. Mas se der para fazer gol, isso é gratificante. Se eu puder fazer de novo, vai ser gratificante.
Enquanto você vive uma fase artilheira na Europa, o Vila tem sentido a falta de um homem gol nos últimos anos…
Eu tenho acompanhado o Vila. O clube está em uma fase complicada, não ganhou do Juventude. Mas fico na torcida e espero que o time comece a ganhar seus jogos. Eu não consigo ver os jogos aqui, porque aqui passa 3, 4 da manhã. Mas no dia seguinte eu sempre vejo o resumo, o que aconteceu. Sempre acompanho e eu fico triste porque o Vila dependia do dinheiro, sempre que eu joguei no Vila, o clube sempre dependeu de dinheiro e dessas situações. Era muito importante ganhar, mas, infelizmente, aconteceu. Agora é levantar a cabeça e não deixar essas coisas acontecer novamente.
É a melhor fase da sua carreira?
Eu posso dizer que é um momento muito bom. Ano passado, eu cheguei e fomos campeões. O clube não ganhava há três anos. Nesse ano, eu pude ajudar bastante, fiz gols. Por isso estão falando muito bem de mim e eu fico feliz com o momento que estou vivendo no Galatasaray.
A torcida do Galatasaray é realmente diferente?
Eu nunca vi torcida igual aqui. Quando o jogo começa, com o estádio lotado, é difícil o adversário não sentir o ambiente. Isso nos ajuda bastante. Desde que cheguei, nunca perdemos um jogo no Campeonato Turco. A nossa torcida é o nosso 12º jogador.
Tem alguma situação curiosa com a torcida?
Teve um jogo pela taça e eu não fui convocado porque fui poupado. Fui assistir no camarote do estádio e eu não sabia por onde passar. Passei por um lugar que não podia e lá estava a torcida organizada. Todos eles me fecharam, quase 100 torcedores, fiquei sem saber o que fazer. Minha sorte é que a polícia conseguiu me tirar.
E a idolatria do Taffarel, como é?
O Taffarel foi campeão da Liga Europa. Jogou três anos e a torcida ama muito ele. O aniversário dele foi ontem (semana passada), nós comemoramos, jogamos ovo nele. Sempre muito bom ter brasileiro do nosso lado para nos ajudar longe de casa. A gente se dá muito bem, eu, Taffarel, o Mariano e o Marcão. A gente sempre procura estar junto para passar esse momento. Todos sentimos muita falta do nosso Brasil.
Sente falta mesmo do Brasil? Pensa em voltar?
Sinto falta do Brasil, da família e de tudo, mas ainda tenho um ano de contrato. Não sei o que pode acontecer. Mas não descarto uma volta porque futebol é muito imprevisível. Tenho um ano de contrato e tenho de cumprir.
Seu nome foi falado no Cruzeiro. Existe chance de acertar com o clube mineiro?
Sinceramente, eu vi algumas reportagens, redes sociais sobre o meu nome, mas não chegou nada para mim nenhuma situação no Brasil. Eu nunca abri as portas para dizer que eu queria voltar ao Brasil. Não sei se um dia se eu disser que quero voltar, quais clubes vão me me procurar. Eu vejo sondagens, mas nada chegou a mim.
Você tem mercado na Inglaterra e outros grandes cenários da Europa. Segue no Galatasaray para a próxima temporada?
Eu ainda tenho mais um ano de contrato. Não posso colocar na minha cabeça algo que eu não posso alcançar. Quero fazer meu trabalho aqui na Turquia e depois, quando o contrato acabar, aí vou procurar outra solução. Tenho um ano de contrato, ninguém procurou, vou trabalhar e fazer o meu melhor.
Tem acompanhado o Manchester City, seu ex-clube?
O City faz uma grande temporada, pena sair tão cedo na Liga dos Campeões, de forma precoce. O objetivo do clube é ganhar a Liga dos Campeões e eles saíram nas quartas. É um excelente trabalho, o time foi muito bem na Liga Inglesa.
Por não ter tido muitas chances com o Guardiola, você guarda mágoa dele?
Não guardo mágoa de maneira alguma. Cada treinador tem seu estilo de jogar e escolhe o jogador que se adapte a filosofia. Talvez o meu estilo de jogo não encaixasse na filosofia dele. Não guardo mágoa alguma, sempre torço para o City, clube em que fui muito feliz. Jamais poderia guardar mágoa do Guardiola.
Pela boa fase que você vive na Europa, você ainda sonha com a seleção?
É difícil pensar em seleção. Estou com 31 anos e agora fica difícil. Não penso mais em seleção. Quero seguir fazendo um grande trabalho no Galatasaray. Se um dia acontecer, algo que acho difícil, eu ficaria muito feliz. Mas não é mais uma coisa que eu coloco na cabeça. Só quero fazer o melhor pelo meu clube.
Nem o Taffarel pode te ajudar a ir para a seleção? Não cobra ele, não?
De vez em quando eu corneto o Taffarel, também sou torcedor brasileiro e a gente corneta, sim, a nossa seleção. Mas nesse aspecto de pedir uma convocação, não. A seleção tem grandes jogadores de excelente nível. Agora cobrar resultado, isso a gente cobra sempre.
Ele já comentou sobre o Neymar? Não tem muita pressão para cima
Eu nunca conversei sobre o Neymar com o Taffarel, mas tenho a minha opinião. Isso é exagerado. O povo pega muito no pé dele. É difícil para um jogador de 27 anos carregar todo o peso da seleção brasileira. Deveria ser dividida essa pressão. Ele está sobrecarregado, deveria ficar mais solto. As pessoas deveriam esquecer ele e deixar ele só jogando futebol.
A pressão também é grande para os jogadores em geral?
Acho que a pressão geral é normal, só em certos jogadores que é grande demais. Neymar é muito cobrado dentro e fora de campo. Fora de campo, ele vive como quer. Dentro de campo, todos precisam ser cobrados. Mas fora de campo, ele faz o que ele achar melhor, da forma como ele quer. Dentro de campo que ele precisa corresponder.
O Galatasaray está muito próximo de ganhar o título nacional. Como está essa expectativa?
Eu estou na expectativa muito grande de ganhar mais um título. Dependemos de apenas uma vitória para ser campeão turco, mas ainda temos a Taça da Turquia. Temos a chance de ganhar dois títulos nessa semana.
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