As bases para o desenvolvimento econômico e social do Estado encontram-se comprometidas. É o que indica o déficit em infraestrutura que Goiás enfrenta atualmente e que é um dos maiores entraves à indústria goiana, principal responsável pelo crescimento do Estado. Segundo levantamento realizado pelo Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Coinfra/Fieg), são necessários investimentos, federais, estaduais e municipais, na ordem de R$ 47,072 bilhões para sanar os problemas emergenciais que envolvem suprimento de energia, transporte, sistema viário e saneamento.

O acelerado desenvolvimento do processo de industrialização, pelo qual Goiás passa atualmente, não acompanhado por crescimento correspondente da infraestrutura, sofre graves impactos negativos. As principais conseqüências, capazes de afastar investimentos, são redução de produtividade, perda de competitividade, com aumento de preços dos produtos, e incertezas para a continuidade do desenvolvimento industrial.

O indicador de investimentos em infraestrutura e transporte apontado no Mapa Estratégico da Indústria Goiana, que mede a participação dos investimentos dos governos federal e estadual em infraestrutura e transportes em relação ao PIB estadual, mostra que, hoje, esse investimento é menor que 1,5%, sendo que o ideal seria de 4%.

De acordo com a Fieg, para viabilizar um crescimento sustentável, tanto econômico quanto social, é preciso investir em setores estratégicos, garantindo o suprimento de energia e serviços de comunicação, assegurando logística de transporte e armazenamento eficientes.

O presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Fieg, Roberto Elias, considera a questão como o “calcanhar de Aquiles” para o desenvolvimento do Estado. “Nossa infraestrutura é a mesma há 20 anos e não suporta o ritmo atual de produção. Goiás hoje é carente de ligações ferroviárias que integrem seu território aos principais portos do País. As rodovias disponíveis são insuficientes e de baixa qualidade e algumas estão em estado de conservação precário. O transporte hidroviário é quase inexistente e o principal aeroporto do Estado encontra-se operando com o triplo de sua capacidade”, frisa Roberto Elias.

Conforme reportagem publicada no jornal Brasil Econômico, o encalhe de verbas federais para obras supera R$ 54 bilhões ao ano no Brasil e, se todos os projetos saíssem do papel, não haveria hoje dinheiro suficiente para arcar com eles. A cada ano, de acordo com o jornal, o governo tem empurrado mais compromissos para serem pagos nos anos seguintes e assim descumpre a previsão orçamentária de investimento e acaba por utilizar a verba arrecadada em um ano para pagar despesas contratadas em períodos anteriores. Segundo cálculo da ONG Contas Abertas, essa desproporção atinge recorde este ano. Entre janeiro e agosto de 2010, o Brasil soma dos R$ 54,5 bilhões em investimentos comprometidos e ainda não realizados e pagos, ante R$ 39,7 bilhões em 2009 e R$ 32 bilhões em 2008.

Fonte: Assessoria de Imprensa/ Fieg