Isabela Barbosa, de 10 anos, com seu mascote Defensor do Meio Ambiente (Foto: Reprodução/SagresTV) 

O Projeto Escola Resíduo Zero, realizado em oito colégios estaduais e municipais de Goiânia, apresentou resultados de meses de aprendizagem durante este ano. No auditório do Ministério Público, no Jardim Goiás, alunos e professores de cada escola contaram o que fizeram e aprenderam durante a execução do projeto.

Na Escola Municipal Vitor Hugo Ludwig, na Cidade Jardim, o trabalho foi realizado em três eixos: reciclagem, compostagem e a horta. A professora Sandra Oliveira conta que tudo começou com o calor nas salas de aula: “Os alunos reclamavam que estava muito quente. Decidimos comprar um equipamento de ar condicionado, mas como pagar? Foi aí que tivemos a ideia de envolver toda a comunidade escolar. Alunos, professores, pais, todo o pessoal da escola, trouxeram de casa material reciclável. Vendemos e pagamos o ar condicionado. E não parou mais. Em seguida, vieram vários novos projetos sustentáveis”.

Com material que iria para o lixo, os alunos da escola criaram mascotes. O da estudante Isabela Barbosa, de 10 anos, chama-se Defensor do Meio Ambiente. A Isabela diz que aprendeu bastante durante todo este ano. “Não basta teoria, temos que praticar, cuidar do meio ambiente”, conta. Os mascotes inspiraram os alunos a criar histórias sempre com o tema meio ambiente. As fotos dos alunos, dos mascotes e as histórias que contam ilustram um livro que será lançado em breve, chamado “Histórias para Pensar, Agir e Transformar”. 

Oito escolas envolvidas nesta etapa

Este é o segundo ano que o Projeto Escola Resíduo Zero é realizado. Nesta etapa foi levado à oito colégios estaduais e municipais de Goiânia, numa parceria da Sociedade Resíduo Zero (SRZero) com a Sociedade de Integração e Ação Comunitária (Oscip Vida Melhor). É o segundo do projeto nas escolas, que é desenvolvido em três fases: planejamento, implantação e monitoramento. Foram inscritas mais de 100 escolas e um dos critérios para a seleção foi se o colégio já desenvolvia alguma atividade com reciclagem, compostagem, horta, enfim, com sustentabilidade. Outras 10 escolas da Grande Goiânia e cinco dos municípios de Jandaia e Palmeúna também estão envolvidas em outras fases do projeto.

Financiamento do Ministério Público

A maior parte dos custos da execução do projeto veio do Ministério Público do Estado de Goiás, que investiu 50 mil reais, dinheiro de compensação ambiental, ou seja, uma empresa autuada pelo MP, ao invés de pagar o valor da multa, destinou o dinheiro para a execução das atividades nas escolas. O promotor Juliano de Barros Araújo, da vara especializada em meio ambiente, diz que investir em ações como essa é ajudar a formar uma geração de pessoas, mais conscientes do seu papel na sociedade e no meio ambiente. 

Projeto Escola Resíduo Zero 2019

O coordenador Geral do Projeto Escola Resíduo Zero, Diógenes Aires, participou do Sagres Sinal Aberto desta sexta-feira (25). Segundo o coordenador, o projeto aborda o público da escola, iniciando com a capacitação dos professores, os educadores e depois os alunos. “Esse ano nós tivemos um foco muito grande nos alunos do ensino fundamental, primeira e segunda fase, mas na outra edição nós também contemplamos ensino superior, educação infantil e também escolas especiais com alunos com deficiência, então em todos os níveis de ensino é possível você educar diferentes públicos, e a criança é importante porque ela leva para casa, mas nós também ensinamos adultos, porque nós também precisamos aprender”, destacou Diógenes.

O foco do Projeto Escola Resíduo Zero, segundo Diógenes, é também reeducar. O coordenador afirmou que a equipe trabalha com a prevenção. “Nós educamos o nosso público do consumo consciente, de comprar produtos que não tenha embalagem em excesso ou que tenha embalagens recicláveis e retornáveis. Então nós combatemos de fato o consumo de sacolas descartáveis, de talheres, pratos, copos descartáveis, adotando produtos que você possa reutilizar”, finalizou. 

Confira a reportagem de Silas Santos

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