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O Ministério da Educação (MEC) liberou, nesta segunda-feira (27), a consulta às informações das bolsas parciais e integrais para faculdades privadas por meio do Programa Universidade para Todos (Prouni). Porém, o início das inscrições continua suspenso. Segundo calendário do Ministério da Educação (MEC), os processos de aplicação iniciariam nesta terça-feira (28). A alteração no calendário se deu após a suspensão da divulgação dos resultados do Sistema de Seleção Unificad0a (Sisu), determinada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a principal porta de entrada para muitas universidades federais. Além disso, o resultado do teste permite que o aluno se candidate a bolsas em instituições particulares com até 100% de isenção nas mensalidades. O único problema é que todos os anos surgem surpresas em relação a prova.
Em 2019 o teste foi aplicado nos dias 3 e 10 de novembro e no dia 17 de janeiro o resultado de desempenho foi divulgado. No mesmo dia, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, concedeu entrevista coletiva ao lado do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela elaboração e aplicação da prova. Na entrevista Abraham celebrou o sucesso da edição do Enem e disse que “foi a melhor de todos os tempos”.
O ministro continuou com elogios. “Está tudo mostrando que foi o Enem de todos os tempos. Mostrando que gestão e eficiência e respeito ao dinheiro público são marcas do governo Bolsonaro. Resumidamente, estou muito satisfeito”, disse. Ele ainda enfatizou o fato de não ter havido polêmicas relacionadas ao Enem. “Não teve polêmica, foi tudo muito aceito”, afirmou.
No outro dia uma surpresa, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, informou por meio das redes sociais, que foram encontrados quatro casos de inconsistências na correção da segunda prova do exame. Mas em entrevista coletiva Alexandre garantiu que o problema seria resolvido e que ninguém seria prejudicado.
O anúncio fez com que inúmeros alunos manifestassem preocupação em relação às suas notas. Um levantamento feito pela Advocacia-Geral da União (AGU) somou 41 ações judiciais que pediam, entre outros pontos, a suspensão de abertura do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a revisão de notas individuais e a divulgação de espelhos dos gabaritos.
Enem, uma história com erros
Em 2009 o Inep lançava um novo formato da prova, mas no dia 1º de outubro um anúncio cancelava e remarcava a aplicação do teste. Isso porque um modelo da prova havia sido roubada por um dos funcionários da transportadora que distribuía os malotes com os cadernos de prova. Neste ano questões foram anuladas, resultados foram divulgados errados e universidades que aceitariam a nota como processo seletivo voltaram atrás.
Já no ano de 2010, o problema as provas foram entregues, porém, com inúmeros erros de impressão. O caderno de prova amarelo apresentou várias perguntas repetidas, fora da sequência e com perguntas quedeveriam ser apenas do modelo de caderno da cor branca. Nessa edição 9.500 alunos foram convidados a refazerem seus testes.
Para não perder o ritmo, 2011 também trouxe polêmica ao Enem. Dois dias após a aplicação das provas, alunos de Fortaleza confirmaram ter recebido um material com questões identicas ou parecidas as aplicadas no Enem. Apenas 639 tiveram que refazer a prova.
No ano de 2012, o Inep divulgou o espelho da prova de redação, uma reprodução digitalizada da redação do candidado. Isso fez com que as pessoas pudessesm constatar trexos que fugiam totalmente ao tema da redação e que foram corrigidos normalmente. A polêmica ficou por conta do aluno que incluiu uma receita de miojo e o aluno que incluiu o hino do Palmeiras na redação.
Em 2014 mais um vazamento da prova. Uma foto da página de um dos cadernos de prova circulou pela internet com pouco mais de 1 hora do início da aplicação da prova. A Polícia Federal confirmou a veracidade da foto, mas o caso foi arquivado.
No outro ano, em 2015, o tema da redação vazou cerca de duas semanas antes da aplicação das provas. A PF investigou as duas fotos de dois supostos cadernos de prova com o tema da redação, que coincidentemente foi aplicada em 2016, um ano após a polêmica e divulgação.
*Dili Zago é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com o IPHAC e a Faculdade Araguaia sob supervisão do jornalista Vinicius Tondolo.