Foto: Reprodução / Facebook

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Relatório divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) aponta que, em 2019, foram 208 ataques contra veículos de comunicação e jornalistas no Brasil. Deste total, mais da metade dos ataques partiu do presidente Jair Bolsonaro, com 121 casos. Os dados ainda mostram que 114 destes atos buscaram desmoralizar a imprensa, enquanto 94 foram críticas diretas a profissionais.

Em entrevista à Sagres 730, a presidente da Fenaj, Maria José Braga, explicou que o levantamento anual é para facilitar o acompanhamento das informações e explicou que a categoria sofre com diferentes tipos de agressão.“Em 2019 nós tivemos dois assassinatos de jornalistas e 22 agressões físicas. É um número muito alto”, afirma a presidente que ainda alarma para um início de 2020 com o mesmo problema. “Em fevereiro a gente tem o assassinato do jornalista Léo Veras. Ele atuava nos dois países (Brasil e Paraguai)”.

Maria Braga conta que o levantamento é feito desde a década de 90 no Brasil e que a violência contra jornalistas é recorrente no País. Porém, em 2019, ela enxerga uma mudança nos casos. “Ocorreu o que nós chamamos de uma institucionalização da violência contra jornalista, por meio da presidência da república”. A presidente classifica a situação como muito grave: “Isso não é gratuito, não é fortuito, não é espontâneo. Pode parecer que seja espontâneo, mas no nosso entendimento não é. É algo planejado e bem executado para que a sociedade brasileira passe a desacreditar do Jornalismo que é praticado no país”.

Pelo twitter, o presidente Jair Bolsonaro ironizou o levantamento da Fenaj. Maria Braga pede para que os críticos leiam o relatório. “Todos os casos relatados estão com data, com local e com descrição do ocorrido. No caso das agressões cometidas pelo presidente da República, nós utilizamos basicamente as fontes oficiais do presidente da República, mais o twitter do oficial do presidente”.

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<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”und” dir=”ltr”>- KKKKKKKKKKKKKKK. <a href=”https://t.co/i5DxO9E7W7″>pic.twitter.com/i5DxO9E7W7</a></p>&mdash; Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) <a href=”https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1219046106690215936?ref_src=twsrc%5Etfw”>January 19, 2020</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
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A presidente explica ainda que, antes, outros presidentes e pessoas públicas também criticaram publicamente jornalistas e, eventualmente, até agrediram profissionais da classe. Mas, novamente, ela destaca que a diferença é a prática institucionalizada. “Em 2019 ocorreu um ataque a cada três dias. Volto a dizer, há uma estratégia na comunicação do presidente que é desacreditar a imprensa”.

A presidente da Fenaj, Maria Braga, considera as redes sociais positivas por proporcionar a “proliferação de fontes de informação no Brasil e no Mundo”, mas ressalta a importância do jornalista, em função das notícias falsas que aparecem nas redes. Para ela, os veículos de comunicação, que podem ser responsabilizados pela informação que divulgam, funcionam como uma referência, com identificação pública de quem está produzindo a informação.

Recentemente, na CPI das Fake News, Hans River, ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows, afirmou que a jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo, “se insinuou” para ele, em troca de informações. O caso foi repercutido, inclusive pelo filho do presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro, em suas redes sociais. Maria Braga classifica o caso e a repercussão nas redes sociais como muito graves “Nas redes bolsonaristas estão sendo divulgados os maiores absurdos contra os profissionais e, principalmente, contra as profissionais da Folha de S.Paulo”.

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<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”>-Quantas pessoas você viu defendendo a Patrícia Campos Mello?<br><br>-Quantas pessoas falaram sobre a sua principal fonte para a matéria de 18/OUT/2018 acusando mentirosamente JB de ter esquema criminoso de disparos de whatsapp, Hans River, ter dito que o PT foi quem fez os disparos?</p>&mdash; Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) <a href=”https://twitter.com/BolsonaroSP/status/1227911431439425536?ref_src=twsrc%5Etfw”>February 13, 2020</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
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A relatora da CPI, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), apresentou uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR), afirmando que o depoimento de Hans River tem informações inconsistentes ou inverídicas.

Os casos de agressão a jornalistas também cresceram em 2018, com aumento de 36,36%. O relatório, que você pode conferir clicando aqui, detalha a violência por região e estado, gênero, tipo de mídia, além de separar agressões físicas, agressões verbais, ameaças ou intimidações e censuras.

Assista ao Manhã Sagres:

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