UPA do Jardim Ingá, em Luziânia (Foto: Google Street View)
O governador Ronaldo Caiado (DEM) confirmou durante visita no final da manhã desta quinta-feira (26) ao Hospital de Campanha no Parque Acalanto, na região sul de Goiânia, preocupação com a transmissão do coronavírus nos municípios do Entorno do Distrito Federal. “A região do Entorno é a mais preocupante nesse momento. Não temos ali estrutura hospitalar. Por isso, nós pedimos: evitem viajar para essa região. Fiquem em casa”, disse.
A primeira morte pela covid-19 em Goiás foi de uma mulher moradora de Luziânia. Ela foi transferida na madrugada desta quinta-feira para o Hospital de Doenças Tropicais (HDT), onde morreu. O marido dela, de 74 anos, também está com a covid-19. Ele está internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Ingá, em Luziânia, em estrado grave, segundo informações do jornal O Popular. “O que eu tenho pedido a todos é que evitem o deslocamento a Brasília. Se você não for da área de segurança ou da área de saúde, para de ficar indo para lá e para cá em Brasília”, afirmou Caiado.
Suas preocupações têm por base o número de ocorrências da doença no Distrito Federal, que registra o maior índice de contaminação do novo coronavírus por grupo de 100 mil habitantes do País. Na noite desta quarta-feira (25), o governo do DF confirmou que o número de infectados subiu para 195, aumento de 18 registros em 24 horas. Na mesma noite Goiás confirmou apenas 35 doentes – os casos confirmados chegaram a 38 hoje no Estado.
No decreto assinado na sexta-feira (21) o governador proibiu o transporte de passageiros interestadual. A medida, contestada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), afetou a ligação dos municípios goianos na região com Brasília. Na segunda-feira (23) a empresa Expresso Planaltina, que opera 82 linhas no Entorno, suspendeu todas as suas viagens.
Na entrevista, o governador lembrou que o prazo da quarentena em Goiás vai até 4 de abril, mas observou que isso pode mudar. “’A partir daí, todo mundo vai poder voltar a sua rotina normal, Caiado?”. Não, minha gente. Vamos liberando os setores na hora certa, sempre tendo como embasamento uma visão cientifica e técnica”, disse.
O governador voltou a afirmar que a opção do Estado foi por salvar vida, uma referência ao movimento liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, anunciado em pronunciamento na noite de terça-feira (24), para pôr um fim no isolamento em massa para proteger a economia.
“A economia não precisa trazer todo esse pânico generalizado. Eu, mais do que ninguém, quero sair dessa crise com poucos óbitos (para nossa imensa tristeza, uma paciente morreu hoje) e a economia restabelecida! E a melhor estratégia para que obtenhamos esse resultado é, sem dúvidas, o isolamento social”.
O governador aproveitou para provocar o presidente Bolsonaro, que afirmou em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV que a covid-19 é uma “gripezinha, um resfriadinho”. Sem citar nomes, ele propôs a quem acha que a doença é só uma gripezinha trabalhar como voluntário no Hospital de Campanha em Goiânia, que vai atender aos doentes infetados pelo novo coronavírus. Caiado rompeu com o presidente depois deste pronunciamento.
O hospital tem 406 profissionais, 89 deles médicos. Sob gestão da Organização Social (OS) Agir e da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), a diretoria do Hospital definiu metodologias e fluxos de atendimento para que os pacientes esperem o menor tempo possível até que sejam diagnosticados. A unidade funcionará nas dependências do Hospital do Servidor Público Fernando Cunha Júnior, que fica no Parque Acalanto.
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