O Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de Goiás (SINAPEGO) respondeu no início da tarde desta segunda-feira (30) o ofício conjunto de Atlético, Goiás e Vila Nova pedindo entre outras propostas, a redução salarial dos jogadores em 50%. A instituição que representa os atletas das equipes, no entanto, não aceitou os pedidos e sequer apresentou uma contraproposta aos clubes.

Em entrevista à Sagres 730 o vice-presidente jurídico do Goiás, Dyogo Crosara, criticou a postura da entidade e destacou que com a paralisação do futebol e a suspensão de alguns patrocínios os clubes não têm condições de arcar com os salários de maneira integral.

Dyogo Crosara, Marcelo Almeida e MArçal Filho se reuniram com os jogadores do Goiás antes da paralisação do Goianão (Foto: Rosiron Rodrigues/GEC)

“A gente tem que respeitar o posicionamento do sindicato e perguntar se eles estão vivendo no mesmo planeta que nós estamos vivendo, porque parece que não. O SINAPEGO está achando que os clubes estão querendo fazer graça e cortar salário, mas não é isso. Os clubes não têm receita, não têm condições de fazer esse pagamento. Parece que eles estão vivendo em outro planeta que nós estamos vivendo e isso é uma pena. Você ver no Barcelona os jogadores fecharem por 70%, na Itália a Inter de Milão, a Juventus e os outros clubes fecharem por praticamente 50%, o PSG por 50%, na Alemanha fechado com todos os clubes da Liga por 25%, e aqui você não ter nenhuma contraproposta dos clubes quanto a isso?”, questionou.

O advogado esmeraldino ainda revelou que acredita que o posicionamento é exclusivamente do SINAPEGO e não representa o que pensam os atletas. Segundo ele, a entidade presidida por Marçal Filho ignorou a Medida Provisória 927 adotada pelo presidente Jair Bolsonaro e também o artigo 503 da CLT, que dispõe algumas questões a serem adotadas por motivo de força maior.

“Na verdade eu não acredito que seja uma posição dos jogadores, mas sim do sindicato e é uma visão totalmente dissociada do Mundo em que estamos vivendo. É necessário que o sindicato pense um pouco mais, tem tempo para isso e analisar essa proposta. Os clubes já têm alguns direitos a exercer que podem ser piores. Esperávamos uma contraproposta condizente, mas a resposta veio inclusive afastando aquilo decidido pelo Governo Federal na Medida Provisória 927, sequer permitindo a sua aplicação, coisa que o sindicato não pode fazer porque quem aplica é a Justiça do Trabalho”, pontuou Crosara.

Ele completou que o Goiás Esporte Clube se decepcionou com o modo que a situação está sendo conduzida pelo Sindicato dos Atletas. “Nós ficamos muito tristes. Eu não esperava essa postura do sindicato, esperava que a gente pudesse contribuir para um debate e uma solução mais rápida, mas não é o que a gente está vendo”.

Além do departamento de futebol do Goiás, entre diretoria, comissão técnica e jogadores, os demais funcionários do clube também devem sofrer com redução salarial nestes próximos dias.

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