(Foto: Arquivo / Sagres Online)
O Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) tem capacidade para produzir apenas 100 exames diários para detecção do coronavírus em Goiás. Por isso, o laboratório não consegue atender à demanda de pedidos. Para se ter uma ideia, realizou até o momento 955 exames, 73 confirmados e 882 descartados. Há ainda mais 2.198 casos suspeitos à espera de investigação. O secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, explicou em entrevista à Sagres 730 nesta sexta-feira (3) que a quantidade de exames é limitada pela capacidade da máquina do Lacen.
“E não há máquinas prontas para ser adquiridas no mercado”, informou. Em Goiás a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a PUC têm os equipamentos e vão se unir ao Lacen para aumentar a produção diária de exames. “Devemos dobrar esse número”, revelou o secretário. Em entrevista exclusiva à Sagres na terça-feira (31) o reitor Edward Madureira, informou que a UFG estava pronta para iniciar a produção.
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Testes Rápidos
Goiás deve receber 13 mil testes rápidos para detectar infecção por coronavírus, eles serão enviados pelo Ministério da Saúde e destinados a profissionais de saúde e pessoas que apresentarem sintomas de covid-19. No início da semana, o Governo Estadual cancelou a compra emergencial de 300 mil testes. De acordo com o secretário não houve desistência da compra, “estamos tomando um cuidado maior em relação aos testes rápidos”, disse.
“Temos observado que alguns testes apresentados, não passam da fase preliminar, ou seja, não vem embalagem original, não tem lote, não tem data de fabricação, não tem registro aprovado pela Anvisa”, ressaltou. “Mas não desistimos de fazer aquisição, só estamos sendo criteriosos”, disse. De acordo com Ismael os testes são importados e por isso precisa de no mínimo “segurança” para comprar os kits.
Alexandrino explicou que na modalidade de testes rápidos, acontece o “falso negativo”. O exame é feito a partir da coleta de secreções do nariz e garganta do paciente, mas precisa acontecer entre o sétimo e décimo dia do surgimento dos sintomas. Isso porque, segundo ele, teste não detecta o vírus, mas sim os anticorpos produzidos pelo organismo para combatê-lo. “Exige tempo de contato, que geralmente acontece depois de sete dias”, disse. “Isso acontece em aproximadamente 15 a 20% dos casos”.
Isolamento Social
O secretário Ismael Alexandrino, reforçou à Sagres que “ainda não é a hora de voltar” se referindo ao período de isolamento social estipulado pelo decreto do governador Ronaldo Caiado. O Fórum Empresarial (que reúne todas as entidades empresariais do Estado) apresentou um aplicativo ao governo para o “retorno responsável” das atividades econômicas no Estado. A proposta passou pelas secretarias de Economia, Desenvolvimento Econômico e Inovação, e Saúde.
De acordo com Alexandrino, o Centro de Operações de Emergência (COE) do Ministério da Saúde recomendou que se estendesse o prazo de isolamento social por mais 30 dias. Já a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás recomenda mais 15 dias. “Provável o governador Ronaldo Caiado considere os 15 dias”. O secretário propõe também, que ao encerrar o período, as atividades econômicas voltem de forma escalonada e gradual.
O secretário revelou que a quarentena serve para dar tempo para que o sistema de saúde público e privado tenha condições de atender casos mais graves, e dar assistência necessária aos pacientes infectados por coronavírus. “O que nós queremos com a quarentena é muito claro, é fato que vamos ter um número grande de pessoas contaminadas, mas que essas pessoas sejam contaminadas ao longo do tempo em que o sistema de saúde público e privado no Brasil tenha condição de atender as pessoas que ficaram graves”.
Atendimento
No Hospital de Campanha há 222 leitos, aproximadamente menos de 10% de pacientes internados. Estamos com condição de atender as pessoas. Nos outros hospitais temos aproximadamente 770 leitos com capacidade para atender essas pessoas, se for diluído dá quase mil leitos. “Consideramos razoável para um crescimento linear, que é o crescimento atual, com a taxa 7,6 a 10% a cada 24/48 horas, se esse crescimento for exponencial, ou seja, a cada 24/48 horas duplicar esse número, a estrutura de Saúde, tanto do Estado quanto do Brasil, entra em colapso.
Ismael ressaltou que o período de internação de um paciente com covid-19 varia de 14 a 22 dias. “Então se consegue diluir esse tempo, consegue dar alta a um paciente depois o outro vem, o sistema consegue absorver, mas se for desgovernada e duplicar isso a cada 48 horas, nós não temos a condição, nem Goiás, nem Brasil e nem em nenhum lugar do mundo de suportar”, disse. “Por isso que a gente tem sido tão incisivo essa questão do isolamento social ela é absolutamente eficaz nesse movimento”.
O secretário de Saúde, Ismael Alexandrino afirmou que acredita que Goiás terá uma contaminação “muito grande” e “de boa parte da população”, mas que o objetivo da pasta é de que seja “diluída no tempo”. Ele ressaltou que não dá para fechar os olhos diante dos números, análises técnicas e das estatísticas.
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