Lino marcou o gol do título (Foto: Divulgação/ACG)

13 de abril de 2014. Simples assim, talvez a data não signifique muito. Mas quando falamos em Lino 48, as lembranças logo retornam às memórias de rubro-negros e esmeraldinos. Um título importante na história do Atlético Goianiense, pelo que representou na época, e uma derrota dolorosa para o Goiás, pela forma que se deu. Na dramática final do Campeonato Goiano de 2014, o gol marcado pelo zagueiro atleticano no último lance decidiu tudo.

Para entender o que representou o 13º título goiano do Atlético, é preciso relembrar o contexto da época. A rivalidade entre rubro-negros e esmeraldinos estava no seu auge: entre 2006 e 2014, os clubes da Serrinha e de Campinas dominaram as decisões do Campeonato Goiano. Das nove finais realizadas durante o período, apenas uma não teve um dos dois como campeão, sendo que sete delas tiveram a dupla decidindo o título.

Em 2006, um título polêmico do Goiás e muito contestado pelos rubro-negros. No ano seguinte, o Atlético teve sua redenção, encerrando um jejum de 19 anos sem a conquista estadual e que iniciou o período mais vitorioso da sua história. Depois do parêntese do Itumbiara em 2008, esmeraldinos e rubro-negros decidiram mais uma vez o campeonato um ano depois: melhor para o Goiás. Em 2010, o encontro aconteceu nas semifinais, e a locomotiva rubro-negra atropelou, assim como na decisão contra o Santa Helena.

A partir de então, uma sequência de quatro finais decididas pela dupla, que reforçou ainda mais o apelido de ser “O Clássico do Equilíbrio” do futebol goiano. Em 2011, empate nos dois jogos e título para o Atlético, dono da melhor campanha. Em 2012, a revanche do Goiás também veio sem o gosto da vitória no jogo, mas o gol de Ramon, empatando a segunda partida, deu a taça pelo time esmeraldino ter tido a melhor campanha. Assim como em 2013, dessa vez através do gol de Neto Baiano.

Já em 2014, tudo indicava para um tricampeonato tranquilo do Goiás. O time vinha de uma ótima campanha na Série A do Campeonato Brasileiro no ano passado, enquanto o Atlético amargava na segunda divisão nacional. Inclusive, em 2013, por muito pouco o time rubro-negro não caiu para a Série C, evitando o que poderia ter sido segundo rebaixamento seguido, depois da queda da primeira divisão em 2012. Com uma vitória na última rodada sobre o Guaratinguetá, o triunfo no confronto direto rebaixou o time paulista.

Ao longo do Campeonato Goiano daquele ano, a expectativa se transformou em realidade: o Goiás chegou absoluto na decisão, dono da melhor campanha com larga distância e invicto na competição. O Atlético tinha a segunda melhor campanha, mas sofreu alguns deslizes que descreditavam o trabalho de Marcelo Martelotte e o elenco rubro-negro. O treinador, inclusive, chegou a ter ameaçado no cargo, mas na grande final conduziu o time para o título.

Herói da decisão, o ex-zagueiro Lino, em entrevista à Sagres 730, ressaltou que “nunca imaginei contribuir com um gol nos últimos minutos que definiu um campeonato tão importante e uma decisão equilibrada. Naquele ano fizemos três jogos contra o Goiás, sendo que os dois últimos jogos ficaram empatados, então teve uma importância enorme. Até hoje é lembrado pela torcida e com certeza é o gol mais importante da minha carreira, juntamente com um título muito importante”.

Outro importante personagem da conquista, o ex-goleiro Márcio teve duas contribuições decisivas na final: a defesa na cobrança de pênalti de Araújo e a bola recuperada no lance anterior ao gol do título, iniciando o contra-ataque que levou ao escanteio. O ídolo rubro-negro relembrou que “aquele jogo realmente tem uma história muito especial. A história do campeonato se desenhava toda para o Goiás, que estava o invicto, e tínhamos um time modesto, com bons jogadores, mas não um grande elenco”.

“Naquele momento, comissão técnica, diretoria e todos nós jogadores sabíamos que só dependia da gente. Entramos confiantes que tínhamos que fazer o nosso melhor e o professor Marcelo Martelotte sempre falou isso durante a competição, porque foi muito desparelha. Lembro muito bem dele falar em quase todos os treinos que iríamos ganhar no momento certo. Quando entramos na partida, entramos muito confiantes de que poderíamos sair com o título, mesmo com o Goiás favorito”, afirmou à Sagres 730.

Ouça no áudio abaixo o especial sobre o título do Dragão em 2014:

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Produção e edição: Arthur Barcelos
Locução: Rafael Bessa

Ficha técnica: Goiás 0-1 Atlético

Segundo jogo da final do Campeonato Goiano de 2014
Data: domingo, 13 de abril de 2014

Goiás: Renan; Vitor (expulso), Jackson, Pedro Henrique e Lima; Amaral, Thiago Mendes (Tiago Real), David e Ramon; Rychely (Léo Bonatini) e Araújo (Clayton Sales). Treinador: Claudinei Oliveira

Atlético: Márcio; Pedro Bambu, Artur, Lino e Thiago Feltri; Léo (Eusébio), Renan Foguinho (Yago Amaral), Jorginho e Fábio Lima (Diogo Campos); Júnior Viçosa e Juninho. Treinador: Marcelo Martelotte

Gol: Lino, aos 48 minutos do segundo tempo
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio
Público: 23.197 pagantes