- ABEP defende Verus: ajuda de custo é “praxe” em pesquisas qualitativas
- Professor: pode ter havido “confusão” com suposta compra de votos
“A pesquisa qualitativa é largamente difundida no Brasil. É um procedimento padrão não só em campanhas eleitorais, mas em ações de comunicação e marketing de grandes empresas e é muito bem regulado pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas, da qual nós somos filiados”, informou ele.
Ouça a declaração do proprietário da Verus
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Segundo a denúncia feita à PF, poderia estar ocorrendo compra de votos. No entanto, o proprietário da Verus destacou que todo o procedimento segue padrões e as reuniões feitas entre pesquisadores e pesquisados são gravadas. “Nós seguimos rigorosamente todo o estatuto e código de ética. A gravação das reuniões está à disposição”, assegurou.
Para Luiz Felipe, o episódio não passou de um mal entendido. “A gente foi vítima de um lamentável equívoco e esperamos que seja corrigido o mais rápido possível”, completou.
Polícia Federal
O delegado da Policia Federal, Angelino Alves, relatou, em entrevista à RÁDIO 730, o que foi verificado no local: “As pessoas eram convidadas para ir até um hotel para participar de uma pesquisa e lá eles faziam inicialmente um determinado levantamento e davam um resultado. Em seguida, mostravam um vídeo com os dois candidatos e no final repetiam o questionário”, descreveu.
Segundo ele, terminada a reunião, os pesquisados recebiam o valor de R$ 50,00 como ajuda de custo pela participação, para despesa de transporte ou alimentação.
O diretor do Instituto Verus, reiterou que este é um procedimento usual nesse tipo de levantamento. “Em qualquer pesquisa qualitativa de qualquer natureza existe o brinde no final como forma de agradecimento às pessoas que participaram do trabalho”, finalizou.
Eleitores que foram entrevistados pelo Instituto confirmaram à equipe da RÁDIO 730 a versão do diretor da Verus, Luiz Felipe. Segundo eles, foi oferecido uma ajuda de custo para participar da pesquisa.
De acordo com esses eleitores, durante a pesquisa foi apenas apresentado os programas de televisão dos dois candidatos ao governo de Goiás veiculados na noite de quarta-feira.
Os entrevistados e pesquisadores prestaram depoimento durante a madrugada e aguardam o curso das investigações na sede da Polícia Federal, sendo que, o delegado responsável pode encaminhá-los para a cadeia pública de Anápolis.
Denúncias
O delegado Angelino Alves, disse que a denúncia sobre a suposta compra de voto chegou à PF desde a semana passada. As apreensões dos pesquisadores e eleitores foram feitas por agentes da Polícia Civil em um hotel no Centro de Anápolis. Em seguida, os acusados foram encaminhados para a sede da Polícia Federal, no bairro Jundiaí.
Ainda no início da madrugada, militantes do PSDB, advogados ligados a coligação do candidato Marconi Perillo e veículos de comunicação já estavam à frente da porta PF para acompanhar os depoimentos que só terminaram no final da manhã desta quinta.