O presidente do Goiás, Hailé Pinheiro, revelou, nesta segunda-feira, em entrevista à RÁDIO 730, que deve deixar o clube em breve. O dirigente cumprirá seu mandato na presidência executiva por mais dois meses e, depois, permanecerá até junho, na presidência deliberativa, tentando corrigir a situação administrativa do clube:

“Eu vou tentar organizar a vida administrativa do Goiás, talvez fazer uma reforma no estatuto para que nenhum picareta destrua o Goiás, mas estou planejando que, até junho, eu deixe o clube.Se aparecer um presidente de gabarito que eu confie, eu renuncie antes”, declarou o presidente.

Hailé Pinheiro revelou estar muito desiludido com o futebol, após tantos anos: “Depois de quase 50 anos, cheguei a conclusão que minha luta foi em vão. Estou desiludido do futebol. Futebol é um ambiente que não condiz com pessoa honesta, você tem que ser desonesto e eu não dou conta de ser. Então, acho que estou no lugar errado”, explicou o dirigente.

Para conseguir quitar todas as dívidas, Hailé acredita que o clube terá de buscar uma parceria com uma empresa muito grande: “O Goiás vai ter que partir para uma outra jogada, que eu me recusei a fazer, que é partir para uma parceria nacional, internacional muito grande para sair dessa situação, porque só com esse dinheiro de receita de clube de futebol não dá para pagar dívida”, elucidou.

O presidente, no entanto, não revela nenhum nome para seu lugar na presidência: “Teria que ser um presidente que tivesse um trânsito muito grande na área financeira e empresarial para que conseguisse coordenar essa montanha de dívidas que o Goiás tem. É muito grande, muito difícil pagar sem vender o patrimônio. Um homem que com esse perfil tem poucos, e os que tem, não querem assumir”, lamentou o dirigente.

Hailé confessa que pode não ter sido sempre agradável com a imprensa, mas que em todos esses anos, não se aproveitou do clube: “Ninguém teve a coragem de falar que eu usei o Goiás, que eu me aproveitei do Goiás. Todos respeitam minha honestidade e isso já é uma recompensa muito grande. Posso ter sido até petulante, arrogante e até injusto, mas sou um dirigente extremamente correto”, finalizou o presidente esmeraldino.