Segundo ele, a liberação para deixar o Vila e partir para o futebol japonês veio após muita luga. Geso Oliveira segurava a negociação, sempre com o apoio de Jair Rabelo. “O Jair não queria me liberar. Até porque havia o interesse de a empresa dele pegar o departamento de futebol do Vila, e eu não sei se eu era um dos jogadores que fazia parte dos planos deles, ou se eles não queriam me liberar pra não deixar eu seguir minha vida”, disse Bruno.
O atacante revelou que Geso e Jair pretendiam dobrar o valor que o Vila receberia pela negociação. E o momento mais tenso foi o acerto da rescisão de contrato do jogador, que tinha vínculo com o clube até maio. “Saio magoado porque querer ter tido um tratamento melhor, além do que, para eu poder ser liberado eu tive que abrir mão de todos os meus vencimentos, de tudo que eu trabalhei, desde salário até a premiação prometida pra manter o time na série B, e o pior de tudo, eu tive que assinar os recibos como se tivesse recebido”, declarou o jogador.
O ex-vilanovense afirmou que teve que abrir mão do salário de novembro, premiações, direitos de imagem, e outros valores que somados, chegam a R$ 110 mil. “Me coagiram a assinar sim os documentos, fizeram eu abrir mão de tudo, e assinar como se eu tivesse recebido. Isso para mim foi o que mais me chateou”, continou Bruno. Além de ter que desestir de receber os valores a que tinha direito, o jogador disse que Geso queria obrigá-lo a pagar um mês de aluguel, mesmo não estando em Goiânia durante o período solicitado.
“O presidente ainda queria que eu pagasse o mês de aluguel, o mês que eu não passei aqui, que é o mês que a gente foi liberado pra ir pra casa, e ele queria que eu pagasse, que daria em torno de R$ 900. Ele além de fazer eu abrir mão de tudo queria que eu pagasse ainda, queria que eu arrumasse um cheque, um dinheiro e desse pra ele. É um tratamento que eu acho que não merecia”, esbravejou.
“Vindo do presidente eu esperava tudo”
Esse tipo de comportamento destes dirigentes alvirrubros não foi novidade, de acordo com Bruno Lopes. O atacante disse que Geso, em agosto, quase o mandou embora do clube, mas a interferência do ex-técnico Ademir Fonseca, e do ex-auxiliar, Sérgio Cosme, o garantiram no time. O jogador ainda ressaltou que não só ele tem reclamações a respeito do atual presidente e de Jair Rabelo.
“Não sou o único que falar mal deles, eu acho que só o histórico dos últimos jogadores que vocês entrevistam e perguntam sobre essas pessoas já falam sobre isso, e eu não preciso chegar aqui e ‘descer mais ainda a lenha’ neles”, comentou. Bruno disse que teve apoio de alguns membros do Conselho do clube para fazer o desabafo, e por isso não se intimidou. Ele ainda manifestou seu alívio por Jair Rabelo não ter firmado parceria com o clube.
“O Geso sendo maionete do Jair dificultou tudo, e o Jair Rabelo sempre esteve por trás de tudo durante o ano de 2010 e para a sorte do vilanovense não conseguiu pegar o futebol do Vila Nova”, atacou.
Novos tempos
Depois do desabafo, Bruno Lopes reiterou que sua revolta é somente com Geso Oliveira e Jair Rabelo.”Eu fiquei muito chateado porque eu acho que fui um dos jogadores que deu o sangue pelo clube, que vestiu a camisa do Vila Nova com o coração mesmo, que saiu do Vila de bem com os torcedores e com os funcionários”, reforçou.
“Aprendi a amar o Vila Nova, saí do Vila Nova sendo um torcedor, já falei que acompanho o Vila Nova, estou adorando as novidades que o Vila Nova está apresentando pra essa nova temporada. Eu vejo agora pessoas sérias tomam conta do futebol, que era isso que precisava”, complementou Bruno. O atacante afirmou ainda que, com o novo comando no futebol do clube, o ambiente já tem sido outro.
“Pessoas que vivem o dia-a- dia já falaram que mudou da água pro vinho, agora sim é um ar profissional, é um ar tranquilo, um ar leve. Tanto que essa pessoa (Geso Oliveira) está se sentindo um peixe fora d’água mesmo sendo o comandante”, concluiu.