Mabel criticou a dependência da Câmara ao poder Executivo, e disse que, por este motivo, não adiantava permanecer na liderança do PR por mais dois anos. Sandro Mabel revelou que preferiu fazer uma campanha curta, de aproximadamente uma semana com o objetivo de suportar a máquina do governo e as ameaças feitas por líderes da base e até mesmo da oposição.
Entretanto, o deputado acredita que a derrota contribuiu para desenvolver o legislativo. “O importante foi que nós conseguimos colocar todos os planos que nós pensávamos para a Casa, nós conseguimos colocar no plano de governo do outro, que a princípio, como candidato único, não fazia compromisso nenhum, e realmente não precisava fazer. Aí à medida que a eleição foi se acirrando, e que ele foi se vendo apertado, ele teve que começar a fazer esses compromissos”, comentou Mabel.
Ameaças
Apesar do número relevante de votos para a eleição da Presidência da Câmara, Sandro Mabel não contou com apoio oficial do próprio partido e ainda foi ameaçado de ser expulso da legenda. O republicano ressaltou que algumas lideranças o procuraram para saber como está a situação dele e o que pretende fazer.
“Eu vou avaliar junto com meu pessoal que a atitude nós vamos tomar nesse caso, e também ver a atitude que o partido precisa tomar. O que eu acho é que nós não podemos ser é covarde. Eu não podia ali por uma ameaça daquela, ou por um negócio, ou por mais cargos, deixar um princípio de lado. Eu disse desde o começo que eu preferia morrer de pé, do que viver covarde e agaixado”, declarou.
Segundo ele, uma das principais ameaças feitas por algumas lideranças foi a possibilidade de perder emendas particulares dos deputados para os municípios. Mabel teve que renunciar à liderança do PR na Câmara para disputar as eleições da Casa, mas isso não o incomodou. “Eu preferi arriscar a minha pele. Hoje eu sou um deputado normal, talvez maior um pouco de quando eu entrei, e com o respeito de toda a Câmara, mas eu entro normal. Então eu vou continuar brigando como todos estão brigando”, concluiu.