Cerca de 50 pessoas podem ter sido vítimas do grupo de extermínio investigado na operação “Sexto Mandamento”, realizada pela Superintendência Regional da Polícia Federal em Goiás, em conjunto com o Ministério Público Estadual, Secretaria de Segurança Pública de Goiás e Corregedoria da Polícia Militar.

Foram presos 19 militares, entre eles o ex-subcomandante da corporação, Coronel Carlos Cézar Macário, um tenente Coronel, um major, dois capitães, um tenente, dois subtenentes, dois sargentos, quatro cabos e cinco soldados da PM. As investigações desta operação começaram no dia 21 de dezembro de 2009.  Segundo o superintendente regional da Polícia Federal no estado, Carlos Antônio da Silva, parte das vítimas do grupo de extermínio eram inocentes.

“Nós temos casos concretos de inocentes, que estavam acompanhados das pessoas que eram no caso o alvo preferencial no momento. Podia ser bandido, podia ser desafeto, vingança, várias motivações”, afirmou Carlos. Segundo o superintendente, 17 militares dos 19 que foram presos irão para o presídio federal de Catanduvas, no Paraná.

MP investiga caso há 15 anos

O procurador Geral do Ministério Público do Estado, Eduardo Abdom Moura, revelou que estas mortes estão sendo investigadas desde 1996. De acordo como Eduardo, Goiás é um dos nove estados do país em que existem grupos de extermínio. Segundo o procurador, a Polícia Federal passou a fazer parte da investigação em dezembro de 2009.

“Nesses casos a Polícia Federal entrou em razão do desrespeito aos direitos humanos, e porque essa organização atuou em mais de um estado. Nós recebemos várias famílias, e fomos juntando várias informações no sentido de que havia uma organização criminosa nesse estado, e que vários de seus integrantes compunham a Polícia Militar”, afirmou Eduardo

A Polícia Federal está à procura de um local de desova dos corpos das vítimas do grupo de extermínio. Segundo os levantamentos iniciais apresentados, o cemitério clandestino fica próximo de Goiânia.