“Ô empresário, presta atenção, passe livre ou vai ter rebelião!”. Esse era o grito entoado por vários estudantes secundaristas de escolas públicas e da Universidade Federal de Goiás, que realizaram manifestação na manhã desta sexta-feira (1º) no centro de Goiânia. O protesto era contra a possibilidade do aumento da passagem do transporte coletivo e reivindicando o passe livre para a categoria.

A iniciativa surgiu na internet, por meio de várias redes sociais, até reunir um grande número de pessoas dispostas a participarem da manifestação. “Queremos o passe livre, que foi prometido, e somos contra o aumento na tarifa, e exigimos a melhoria nas linhas de ônibus”, afirmou a estudante Lauanda Meirielle, em entrevista ao repórter da RÁDIO 730, Samuel Straioto. “Se aumenta o preço, eles tem que melhorar, não só aumentar”, complementou Lauanda.

O passe livre estudantil foi promessa de campanha dos três principais candidatos ao governo no ano passado, inclusive do governador eleito, Marconi Perillo. Mas os estudantes não se preocuparam somente com a classe discente. Segundo Rafael Gustavo Almeida, um dos manifestantes, um dos objetivos do protesto também foi chamar atenção da classe trabalhadora quanto ao aumento não só no preço da passagem, como também em outros setores.

“Nosso objetivo é se colocar ao lado do povo, ombro a ombro, contra o aumento da passagem. O salário mínimo dos trabalhadores aumenta uma miséria de 35 reais, e só tem arrocho em cima, aumento do transporte, aumento dos alimentos, aumento do combustível”, lembrou Rafael.

Conflito

No decorrer do protesto houve confronto entre policiais e os manifestantes. “Não me surpreende, no ano passado a gente fez manifestação também, a posição da polícia foi a mesma, a polícia de Goiás é extremamente despreparada, hoje mesmo a gente viu policial sacando arma pra estudante, coisa que não tinha nenhuma necessidade. É truculência de uma polícia muito despreparada”, reclama o estudante Danilo Oliveira.

Um homem, que preferiu não se identificar, confirmou que os policiais agiram de forma ríspida com os estudantes. “Eles extrapolaram Era uma manifestação pacífica, e a polícia militar provocou toda a confusão. Foram dois soldados da polícia que começaram com agressões verbais contra os estudantes”, disse. “Os jovens, sem experiência, e já com os nervos à flor da pele, não aceitaram a provocação”, complementou.

No entanto, o Comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar, Tenente Coronel Héber de Souza Lima, rebateu as críticas, e defendeu que a PM teve de atuar de forma enérgica. Segundo o Tenente Coronel, alguns manifestantes queriam depredar um ônibus.

“Começaram a tentar parar os veículos ali, a danificar alguns ônibus, e a Polícia Militar se manifestou para conter as agressões. Alguns policiais foram agredidos por bandeiradas, por pessoas ali no meio da manifestação, e aí perde o seu sentido quando a manifestação passa a ser agressiva”, respondeu Héber de Souza Lima. Apesar do conflito, ninguém foi detido e os estudantes prometem para o próximo dia 15 uma nova manifestação.