Ontem no estádio Serra Dourada, o Atlético-GO pôs fim ao seu Ramadã (período de cerca de 30 dias, onde os muçulmanos se dedicam as preces e ao jejum como forma de agradecimento). Acabou o jejum de vitórias que durou por 45 dias. A última vitória havia sido diante do Ceará, no dia 12/06/2011, também no estádio Serra Dourada, diante do Ceará. Com 12 pontos conquistados, o time goiano está na 15ª colocação.

Durante o jogo, gostei da consistência defensiva da equipe. Durante os primeiros 15 minutos, não deu tempo para Cruzeiro pensar e, em fim, conseguiu sair na frente jogando em casa. O gol do Felipe foi aos 8 minutos de jogo, quebrando a sequência de 141 dias (23 jogos) sem marcar um gol com a camisa atleticana.

Rafael Cruz foi muito bem nos desarmes e na marcação. Quando apoiou o ataque foi bastante determinante nos cruzamentos. O primeiro gol saiu de um cruzamento dele. O Ernandes foi bastante seguro na parte defensiva. No segundo tempo, com a saída do Vitor teve um pouco mais de liberdade e teve uma atuação regular. Anderson, Gilson e Leonardo, que entrou no segundo tempo, foram muito precisos nos desarmes e na bola aérea.

No meio campo, Agenor anulou Montillo. Bida foi eficiente na marcação de Roger e eficiente na saída de bola. Vitor Jr se movimentou no campo inteiro. Foi mais importante nas roubadas de bola que propriamente na armação. Thiaguinho foi o mais apagado do meio-campo e cedeu lugar ao Joilson que deu muita serenidade ao meio-campo atleticano.

No ataque, Felipe foi espetacular. Se movimentou, deu assistência, arriscou de longe, fez um gol de oportunismo e outro de muita vontade. O artilheiro deu sinais que está voltando a ser o mesmo de um passado recente. Anselmo foi o pior em campo. Muito bem marcado pelo zagueiro Gil, foi peça nula no ataque. Marcão entrou no lugar e conseguiu chamar a atenção da defesa mineira.

CRUZEIRO

O Joel Santana desorganizou a equipe ao colocar quatro atacantes e no desespero enfraqueceu um dos setores mais fortes da equipe mineira. Roger e Montillo são muito habilidosos. Fabrício e Marquinhos Paraná tem uma facilidade incrível de sair jogando e criar as jogadas de perigo ao adversário. Vitor foi muito apagado e Everton sofreu com a improvisação. Wallysson cresceu muito desde a última vez que o vi em campo, quando ainda vestia a camisa do ABC-RN.

TREINADOR

Após o jogo, o goleiro Márcio destacou que o time está recuperando a vontade e o prazer de jogar futebol. Coincidentemente, a sorte e os resultados voltaram a andar lado a lado do Atlético. Jairo Araújo tem sua parcela de responsabilidade neste momento. Embora seja um iniciante na carreira, tem demonstrado muita inteligência nas alterações durante o jogo.

Se a diretoria queria tranqüilidade para escolher o novo treinador, ela está vindo sob o comando de Jairo Araújo. Muitos até já pedem a efetivação dele no cargo. No entanto, todos sabemos que a responsabilidade de uma Série A é muito grande nesta altura da carreira. Mas se tem alguém que está começando com o pé direito, este é o eterno capitão Jairo.

O torcedor muitas vezes me pergunta sobre nomes. O Atlético pouco comenta sobre nomes interessados. Ontem consegui a declaração do diretor de futebol, Adson Batista, que me deu a certeza. O clube está procurando no mercado um treinador experiente na Série A, com bom trabalho no dia-a-dia que se encaixe no perfil financeiro. Já recebeu o “não” do Paulo Cesar Carpegiani. PC Gusmão não volta. René Simões tem um talvez. Artur e Mauro tem um “muito obrigado”.

Goiás e Vila Nova

Acompanhando os jogos de nossos representantes na Série B do Brasileiro, no lado esmeraldino eu destaco com satisfação um ponto: Há muito tempo não vejo um clube goiano com força nas cobranças de falta. A última vez no Goiás foi com Paulo Baier e Marquinhos. No Vila Nova, o Joel era um exímio cobrador. Atlético com Márcio ou Robston (e neste ano não fez nenhum). Ver Alan Bahia e Douglas com tanta eficiência me chama a atenção e acredito numa evolução técnica de nossos jogadores.

Outro aspecto, como o Vila Nova está sem condicionamento físico. Jogando mais de 60 minutos com um jogador a mais, não consegui ver superioridade no ataque colorado. Os jogadores “pregaram” no meio da etapa final. Para quem luta para subir, ou pelo menos almeja, é melhor abrir o olho com condicionamento físico. O fôlego está acabando antes do meio da competição. Lições que tenho aprendido e muito nas conversas com Jorge Sotter e Robson Porto.