Caos. O Ministério Público de Goiás está investigando a suspeita de falta de medicamentos, suprimentos e leitos no Hospital Materno Infantil. Segundo denúncias recebidas, no último mês a situação da unidade ficou mais grave.
O Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde, pertencente ao Ministério Público, Marcelo Celestino relata que a falta de equipamentos para a realização do trabalho no Hospital Materno Infantil tem dificultado as atividades dos profissionais.
Segundo ele, as denúncias têm sido constantes. São relatos de falta de luvas, papel-toalha, reclamações de médicos que estão deixando de fazer cirurgias por falta de equipamentos básicos para operação.
“Crianças que poderiam ter a sua vida preservada e em consequência da falta de medicamentos, de uma vaga de UTI, acaba ocasionando a morte. Se for comprovado que a morte foi por incompetência administrativa, podem até mesmo ser responsáveis por homicídio essas pessoas que deixaram chegar até este ponto”, declara.
Ainda de acordo com Marcelo Celestino, esta é uma situação burocrática criada, e que apenas gera prejuízo à população. O governo estadual estuda a possibilidade de repassar a administração das unidades de saúde para as denominadas Organizações Setoriais, que também são alvos de apurações do Ministério Público de Goiás.
“Esta vontade política encontra resistência na sociedade, nos Conselhos de Saúde, no Ministério Público, de usuários, do Sindicato da Saúde, e para suprir estas resistências, o Estado está deixando chegar a este ponto para vender a ideia de que somente as OSS vão recuperar a saúde”, revela.
O Diretor do Hospital Materno Infantil, César Gonçalves, admite que realmente houve falta de alguns suprimentos e falha no gerenciamento de medicamentos na unidade. No entanto, ele nega que crianças tenham morrido devido à falta de medicamentos na unidade.
“Esta fala do Marcelo Celestino, infelizmente não é novidade. Há 15 dias, o Secretário Antônio Faleiros, deu uma declaração sobre a dificuldade que a Secretaria estava para abastecer as unidades. O Governador convocou uma reunião com todos os diretores, e passamos um diagnóstico para ele. Esta dificuldade de abastecimento é geral e não é específico do Materno Infantil”, explica.