Cartaz, bandeira, máscara, nariz de palhaço, faixas, vassoura, corrupção. Estes foram os instrumentados utilizados pelas centenas de pessoas que participaram do Manifesto contra a Corrupção no Centro de Goiânia, realizado nesta terça-feira (15), Dia da Proclamação da República. Jovens, estudantes e representantes da maçonaria realizaram a manifestação na Praça Cívica.
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De acordo com o estudante Lucas de Oliveira, a ideia de corrupção não deve ser restrita aos políticos. “Existe também aquela corrupção rotineira, como furar a fila do banco e qualquer outra transgressão a moralidade; o jeitinho brasileiro”, explica.
A estudante Ana Carolina Ramos associa corrupção à atividade praticada por parcela dos políticos. “É uma pessoa que vai contra as leis”. Alexandre Luís Ribeiro foi outro estudante que participou do protesto. Ele destacou que o problema de se combater a corrupção está no comodismo fixado na sociedade.
“A população brasileira se acomodou com a corrupção. É justamente isso que nos levou a ir às ruas para mostrar que o sentido é curar o Brasil dessa doença”, relata.
Segundo o dicionário, corrupção é a ação ou efeito de corromper, de fazer degenerar; depravar. Também é a ação de seduzir alguém por dinheiro, presentes, ou por qualquer outra coisa, levando alguém a afastar-se da retidão.
(Re)pública
A manifestação ocorreu na data de aniversário da Proclamação da República. No dia 15 de novembro de 1889, Marechal Deodoro da Fonseca colocou fim aos 67 anos da Monarquia Brasileira e assumiu provisoriamente o posto de Presidente do Brasil.
A palavra República vem do latim “res publica” que significa “coisa pública”, “coisa do povo”. Neste aspecto, um governo republicano é aquele que põe ênfase no interesse comum, em oposição aos interesses particulares e aos negócios privados. A república difere da monarquia e da aristocracia, conceitos que ressaltam o princípio do governo: de um, de alguns ou do povo. Ao contrário, a república se volta para a finalidade do governo: o interesse do bem comum. O conceito de República proporciona meios de alcançar o bem-estar social.
De acordo com o microempresário Thiago Rosa de Oliveira, o protesto realizado contra a corrupção reforça a necessidade de preservar o caráter republicano. “É um interesse de toda a nação, que você consiga distribuir as riquezas entre todas as pessoas. Estamos fazendo um ato para que se coloquem em prática essas medidas”.
A advogada Priscila Alves aponta a necessidade dos políticos brasileiros não praticarem atos de corrupção, valorizando o bem público, a coisa pública, ou seja, a República. “Os nossos governantes não condizem com o que queremos pro nosso futuro. A gente precisa [no mínimo] de dignidade .”
Reportagem Especial: Samuel Straioto