O Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) vive uma situação caótica. Nos 12 primeiros dias do mês de dezembro, 11 médicos – a maioria ortopedistas e neurologistas – pediram demissão da unidade, o que caracteriza uma triste média de quase uma demissão por dia. Os profissionais alegam falta de estrutura e de material para realizarem o trabalho.

“As condições pioraram muito e a gente não fala da questão financeira, falta material de trabalho. Os médicos estão saindo do Hugo por isso. Chega a ser desumana a forma como trabalham atualmente”, argumentou o diretor de comunicação do Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego), Dr. Robson Azevedo.

“Uma noite de plantão no Hugo é uma guerra e uma aventura para o médico. Ele sai estressado com a responsabilidade que teve”, complementou.

O secretário de saúde do governo do Estado, Antônio Faleiros, admitiu, durante evento na manhã desta segunda-feira (12), uma inversão de valores. Pacientes que chegaram ao hospital com fratura exposta, tiveram que ser transferidos para o interior. “Tínhamos 14 pacientes nessa condição e não tínhamos um corpo de ortopedistas. Tivemos que mandar o helicóptero de Corpo de Bombeiros para serem operados em Anápolis e Santa Helena”.

“Sem problema estrutural”

Diretor técnico do Hospital, Dr. Ricardo Furtado, nega problemas estruturais na unidade, mas admite outras dificuldades.

“Por causa do déficit de neurocirurgiões e ortopedistas, foi criado um revezamento em fins de semana para que a escala não fique descoberta. Porém, nesse último final de semana, tivemos um plantão sem a presença de neurocirurgião. O hospital passou por de abastecimento, mas todo o governo e a Secretaria de Saúde estão empenhados nisso”, assegurou.