Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás, Salomão Rodrigues Filho, faz críticas às estruturas e lentidão no sistema de regulação para encaminhamento de pacientes em situação de urgência da rede municipal de saúde de Goiânia. “A situação mais crítica é essa do desabastecimento dos postos de saúde, dos Cais da cidade. Essas unidades hoje, não oferecem ao médico condições adequadas para que ele exerça a sua profissão”, diz o médico.
Salomão revela ainda que o CRM, por meio da ouvidoria, recebe denúncias de médicos da rede municipal. “Tem um respirador funcionando no Cais da cidade e tem quatro, cinco pacientes com indicação de ir para o respirador. Ele tem que escolher qual ficará no respirador e qual fica sem essa assistência”, revela.
Outra reclamação do presidente é em relação às transferências. Segundo ele, os profissionais não conseguem executar o serviço. “Ele é extremamente lento e não consegue localizar as vagas nos UTIs em unidades com capacidade mais diferenciada de atendimento”.
Rodrigues relata quem em fiscalizações realizadas pelo Conselho há desde a falta de equipamentos funcionando, como tomógrafos, respiradores, até materiais mais simples, como luvas, sabão, lençol descartável ou lavável. “Isso está acontecendo em todas as unidades de saúde”, revela o presidente.
O presidente do Cremego cita o concurso que a Prefeitura Municipal de Goiânia realizará para médicos. Para ele, o salário oferecido de R$ 2,600, além de baixo, é um desrespeito à classe médica e o piso pago pela prefeitura aos médicos é em média de R$ 1.700 reais.