O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), tem sugerido que, para conter o movimento grevista entre funcionários públicos da administração federal, nenhum servidor tenha reajuste salarial em 2022. A proposta exclui até mesmo as categorias de policiais federais que esperam uma reestruturação prometida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
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A ampla mobilização no funcionalismo por reajuste salarial foi deflagrada após o lobby de policiais federais surtir efeito e as corporações ouvirem de Bolsonaro que haverá recursos para aumentos de salário em 2022, ano eleitoral. Essas categorias fazem parte da base eleitoral do presidente. Na avaliação de Barros, a solução para conter a pressão é que Bolsonaro recue da promessa feita a policiais, e que os salários de todos os servidores federais não sejam reajustados neste ano. “Não dar nada a ninguém”, defendeu Barros.
Após o envolvimento direto de Bolsonaro na articulação em defesa do aumento a policiais, está prevista no Orçamento de 2022 uma verba de R$ 1,7 bilhão para reajuste salarial no funcionalismo, mas não há no texto uma previsão de uso dos recursos exclusivamente para as carreiras policiais.

Palavra dada
Apenas PF, PRF (Polícia Rodoviária Federal) e Depen (Departamento Penitenciário Nacional), além de agentes comunitários de saúde, obtiveram promessa de reajuste por parte de Bolsonaro. Mas diversos sindicatos de servidores se mobilizam para conseguir abocanhar ao menos parte dessa verba ou conseguir mais espaço no Orçamento destinado a corrigir salários de funcionários públicos.
Impacto
Nos cálculos do governo, cada aumento de 1% linear a todos os servidores gera impacto de R$ 3 bilhões para a União. Representantes da elite do funcionalismo dizem que a maioria dos servidores públicos federais está com o salário defasado em 27,2%, pois não há reajuste desde 2017.
Mais tempo
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, prorrogou por mais 90 dias o inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro (PL) interferiu na Polícia Federal.
Memória
O inquérito foi aberto em 2020 a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), e tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O prazo das investigações acabaria no dia 27 de janeiro.
Substituição
A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria estadual de Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, é cotada para substituir o secretário Ismael Alexandrino, que deve se filiar ao União Brasil para disputar mandato de deputado federal, na eleição de 2022.
Carreira
Apontada como competente pelos profissionais de Saúde, desde quando atuava na superintendência de vigilância em Goiânia, Flúvia Amorim é formada em Enfermagem e tem mestrado, na área de Medicina Tropical, pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Estudou também Epidemiologia para Gestão na Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health.
Aproximação
A vereadora Sabrina Garcez, filiada ao Partido Social Democrático (PSD), pode mudar de sigla até o prazo de filiações para candidatos nas eleições deste ano. A atuação dela na defesa de projetos estratégicos para a Prefeitura de Goiânia, como o Código Tributário Municipal e do Plano Diretor, a aproximaram do comando do Republicanos.
Projeto
Sabrina tem trabalhado na coordenação da pré-campanha de Henrique Meirelles (PSD) ao Senado por Goiás e pretende se candidatar a deputada federal.