Técnico da seleção feminina de Vôlei, José Roberto Guimarães, medalha de Ouro nos jogos olímpicos de Londres 2012 participou do Papo de Feras com Juliano Moreira na Rádio730 deste domingo (26), onde falou sobre diversos assuntos, brincou e até mesmo cantou.

Durante a entrevista, Zé Roberto falou sobre a campanha da seleção feminina de vôlei em Londres 2012, no que resultou a conquista da medalha do terceiro ouro na carreira. Tri campeão olímpico, com a primeira medalha de ouro em 1992 nos jogos de Barcelona pela seleção masculina de vôlei. Em Pequim 2008, pela seleção feminina conquistou a segunda medalha de Ouro em jogos Olímpicos. E em Londres 2012, a terceira medalha de Ouro.

O técnico também falou sobre o corte da Mari e a possibilidade da jogadora voltar a jogar pela seleção, assim como Fabíola, Jucilene e a Camila Brait. E também sobre os o novo trabalho a ser realizado na equipe de vôlei Amil/Campinas. E destacou o Azerbaijão, país que se localiza na fronteira da Europa com a Ásia como o maior mercado para o voleibol no mundo.

Ouro em Londres

“Foi um começo muito difícil, já que começamos jogando contra a Turquia. Nós vencemos por 3 a 2, mas o time não tinha se apresentado muito bem ganhamos dois pontos e o jogo seguinte era contra os EUA. Onde você pode perder ou ganhar e como perdemos de 3 a 1 os EUA era favorita a medalha de ouro… O jogo seguinte era contra a Coreia do Sul… Nunca tínhamos perdido para a Coreia nesses nove anos… e foi um ponto crucial. Tivemos uma reunião muito importante, para tentar resgatar a autoestima do grupo… No jogo contra a China percebi um comportamento diverso, mas ganhamos apertado… No jogo contra os EUA abrimos uma diferença favorável e não errávamos mais e foi uma vitória de 3 a 1 contra o favorito… foi um grande exemplo para todos nós que aprendemos onde saímos de uma dificuldade muito grande e conseguimos chegar ao título dos jogos olímpicos.”

Corte de Mari

“A volta para seleção de vôlei depende apenas dela. As pessoas falam o técnico convoca o técnico vota, mas na verdade quem se convoca é a jogadora ou jogador. Se ela merecer estiver em forma e estiver envolvida com o projeto focada e dedicada. Não tenho a menor dúvida que ela pode ter chance com qualquer outra jogadora. Assim como a Fabíola, Jucilene e a Camila Brait que infelizmente foram cortadas e doeu na comissão técnica. E eu que tive que dar a notícia e doe em dobro. Porque nesse momento eu queria correr, fugir e estar longe e não cortar uma jogadora. Mas infelizmente tem prazo, limite e número de atletas que podem ser levadas”… É duro para um treinador acabar com o sonho de uma atleta que sempre sonhou em ir para os jogos olímpicos. Porém todas elas têm idade pra ir para a próxima olímpiadas. Mas naquele momento achamos que não era melhor a Mari na seleção. Ela já tinha jogador mau em 2011 na copa do mundo, um campeonato onde precisou de mais dela, depois aconteceram algumas lesões. Enfim não era o momento e doeu muito porque a Mari foi uma jogador que sempre tive um carinho muito grande.”

Promessa pós-olimpíadas

“Nesta segunda (27) começo o caminho de Santiago, que é pagar uma promessa que eu fiz durante os jogos olímpicos. Não vou caminhar os 800 km como fiz em 2003, vou caminhar 150 km vou com minha esposa e isso vai me demandar uma semana. Da outra vez comecei em Saint-Jean-Pied-de-Port no inicio do caminho de Santiago que é o caminho francês, saindo da França e andei por todo norte da Espanha chegando até Santiago de Compostela, demorei 28 dias caminhando. Só que agora tinha prometido com eu vou com minha esposa de andar 150 km. Então, começo em Cebreiro um ponto no caminho, andamos até Santiago e na outra segunda feira (03 setembro) voltamos e retomo o trabalho no Campinas Vôlei/Amil.”

Vôlei em Goiás

“O grande problema no Brasil é situação geográfica, os grandes centros estão divididos em São Paulo-Rio-Minas e isso é um pecado. Porque temos jogadores talentosos em outros Estados na região nordeste e norte, por exemplo, em Goiás já vimos jogadores interessantes. E a distancia atrapalha porque o time não tem dinheiro para jogar a superliga para fazer o deslocamento. É caro, acho que teríamos uma seleção até melhor se tivéssemos times do Brasil inteiro.”

Relação com Bernardinho

“Não somos amigos. Nós fomos amigos tivemos um problema em 2004, mas isso faz parte do contexto acho que é passado. Amadurecemos e entende o que aconteceu naquele período. Não tenho rancor e problema algum e vida que segue. E falando em um relacionamento futuro seria ótimo para o voleibol brasileiro.”

Vôlei & Futebol

“No pós-olimpíada existe uma procura maior, mas o vôlei já faz parte do cotidiano do brasileiro é um esporte admirado, é respeitado. Não vai dar para comparar nunca ao futebol. O futebol no Brasil não é um esporte e eu não considero um esporte, considero uma religião. Assim como milhões de brasileiros eu também sou fã do futebol, adoro assisto. Comecei minha carreira tentando ser jogador de futebol e depois me levaram para o vôlei. Mas nunca deixei o futebol de lado.”

Inicio/Jogaria no Vila Nova?

“Morava no interior do São Paulo, nasci a 500 km da capital, onde todo mundo jogava futebol, inclusive meu pai era jogador de futebol. Tive um irmão mais velho que jogou no Corinthians até o Mixto-MT e acabou não seguindo carreira, foi estudar porque meu pai não quis assinar o contrato dele profissional, mas chegou a treinar no Corinthians alguns anos. E depois que mudamos de Quintana (interior de SP) para São Paulo morava perto do Corinthians na zona leste e tinha muitos campos de futebol, quando tinha 12 anos mudamos para Santo André… E no colégio novo meu professor adorava voleibol onde comecei a dar as primeiras cortadas, me apaixonei e larguei o futebol. Mas sempre foi minha grande paixão. Acho que seria um bom volante. Não de contenção, jogo até hoje. Poderia jogar na série A. Poderia reforçar o Vila Nova (risos).”

Ouça a entrevista com o técnico Tri campeão, José Roberto Guimarães na integra:

Primeira parte 01

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Segunda parte 02

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