(Foto: Lyra Rúbia/Rádio 730)

Após 25 anos do maior acidente radiológico do mundo, em Goiânia, com o Césio 137, as vítimas da tragédia sequer conseguem remédio para o tratamento das doenças ocasionadas pela exposição à radiação. O presidente da Associação das Vítimas do Césio, Odesson Alves Ferreira, destaca que, além de medicamentos, falta preocupação com os radioacidentados.

“Aqui nós temos ótimos médicos, mas não adianta sair daqui com a receita nas mãos e não ter remédios e pesquisa, estudos. Se procurar hoje uma pesquisa clínica ou física com as vítimas do Césio, nós não temos nenhuma”, protesta.

O Centro de Assistência aos radioacidentados, também conhecido como Fundação Leide das Neves – em homenagem à criança de seis anos que morreu vítima da radiação – não disponibiliza remédios para os 164 atendidos desde o mês de novembro de 2010.

“Houve a extinção do Fundo Rotativo por uma determinação do Ministério Público, e ele entendeu que essa compra de uso contínuo seria ilegal”, argumenta o diretor do local, André Luiz de Sousa.

Solução

O diretor acredita que o problema seria resolvido de forma definitiva com o estabelecimento do Fundo Estadual da Saúde, de onde sairiam os recursos para a compra dos medicamentos. Por enquanto, a solução é uma parceria com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).

“Tivemos uma proposta da OVG e já tivemos concluído o processo de compra de quase todos os itens. Ainda não estamos entregando porque é importante que tenhamos tudo”, diz.

O diretor da unidade ainda explica que o valor para custear a compra dos 75 itens é de apenas R$ 10 mil. Segundo ele, falta vontade política para regulariza a situação.

“Chega a ser constrangedor dizer que a verba existe, mas a dificuldade nossa é gastar isso que é um valor pequeno pra colocar as vítimas nesse sacrifício todo. A esperança nossa é que com a regulamentação do Fundo nós possamos usar essa verba”.