A greve da Polícia Civil afeta diretamente o registro de ocorrências e a continuidade de investigações, mas o problema maior é o recolhimento e liberação de corpos pelo Instituto Médico Legal (IML). Além dos agentes e escrivães da polícia, os auxiliares de necrópsia do IML estão com atividades paralisadas.
O movimento prejudica o trabalho de tirar os corpos das ruas e a liberação deles para as famílias. Na última semana, em alguns casos, o processo todo chegou a demorar mais de dois dias.
“O trabalho está sendo feito com muita dificuldade. O quantitativo no Estado de Goiás é muito pouco, mas temos conseguido administrar. Se houver necessidade, vamos entrar em contato com o Corpo de Bombeiros, que vai fazer esse trabalho de remoção”, explica o supervisor administrativo do IML, Adail Prado.
Em relação a liberação dos corpos às famílias no IML, o supervisor afirma que ainda não há solução para agilizar o processo. “Não tenho uma alternativa ainda. Dependemos dos operacionais que permanecem em greve”.
Um dos coordenadores da greve é o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol), Silveira Alves. Ele afirma que as negociações com o governo não têm dado resultados.
“Estamos aguardando o posicionamento. Quando estava tudo encaminhado, voltou atrás e vem essa situação de desconforto. Nós queremos acabar com a greve. Depende do senhor governador de Goiás”.
A média é de que 10 corpos por dia aguardem liberação do IML, já que a necropsia trabalha em ritmo lento por conta da greve.