Há quatro anos, a funcionária pública, Izabel Maria Lopes Cunha, 48, começou a pedalar juntamente com o marido, o também funcionário público, Vilmar Alves da Cunha, 52. O objetivo era praticar uma atividade física. “Nós tentamos fazer academia, mas eu tenho muita dificuldade com ambientes fechados. Por isto, começamos a andar de bicicletas,” lembra a ciclista.

Izabel conta que um dos dois filhos do casal também aderiu às pedaladas. Além do núcleo familiar, ela estima que outras trinta pessoas, entre parentes e amigos, começaram a utilizar a bicicleta para manter a forma física ou somente para o lazer. “É apaixonante. Hoje, nós não conseguimos mais ficar sem. Nós procuramos pedalar todos os finais de semana,” detalha a funcionária pública.

A família Cunha representa uma tendência nos últimos dez anos, em Goiás e em todo o Brasil. O crescimento do ciclismo não competitivo é notório. O empresário Denildo José Gomes, 41, proprietário de uma oficina de bicicletas no Setor Coimbra, diz que muitas pessoas começaram a pedalar por hobby. De acordo com ele, a maioria dos novos adeptos optaram pelo modelo Moutain Bike (MTB), que pode ser utilizado tanto em vias asfaltadas, como em estradas de terras e trilhas.

O empresário revela que, além dele, outros três mecânicos trabalham em sua oficina. Denildo conta que a empresa faz aproximadamente 120 revisões em bicicletas, além de vários outros serviços menores.

Além do crescimento em quantidade de ciclistas, a última década foi marcada pelo surgimento de dezenas de grupos de amantes da modalidade. Se tornou cena normal, encontrar vários deles nas rodovias e trilhas próximas à capital e, também nas vias urbanas, especialmente durante a noite.

O ciclista Josiel Vieira da Silva, 32, desde 2003 coordena o Girativo, um grupo de ciclistas da região Norte de Goiânia. Ele diz que nos últimos cinco anos, o número de pessoas que pedalam dobrou. Ele destaca que a maioria das pessoas procuram lazer e amizade ao pedalar com outros ciclistas. “Temos um grupo misto, com a presença de homens, mulheres, adolescente e até crianças,” revela o coordenador.

Josiel confirma a informação do empresário Denildo, que disse que a maioria dos novos ciclistas utilizam as MTB. O coordenador do Girativo atribuiu a escolha à possibilidade de contato com a natureza. Ele conta que muitos ciclistas gostam de pedalar por trilhas e estradas de chão, que ficam envolta de Goiânia.

cicloviagens
girativoAlém dos passeios próximos a Goiânia, os grupos ciclísticos também realizam longas cicloviagens por Goiás e até mesmo para outros estados brasileiros. Izabel conta que neste ano, ela e o filho Gabriel, 16, foram de Goiânia à Itauçu, perfazendo uma distância de 74 km. A família não para por aí. A funcionária pública revela que no final do ano, em companhia do grupo Girativo, o objetivo é ir até Caldas Novas, distante 170 km da capital.

Uma das cicloviagens mais tradicionais de Goiás é organizada pelo grupo Coyote, de Bela Vista de Goiás. Anualmente, desde 2002, eles deixam a cidade na Grande Goiânia e vão até o Rio Araguaia, em Aruanã. Existem outras para Pirenópolis, Brasília e até para Ribeirão Preto (SP).