Após a prisão de três policiais militares e da possível participação de mais três PMS, adjuntos da Delegacia de Homicídios não descartam que outros militares possam estar envolvidos na chacina no Jardim Olímpico. Durante a Operação Izadora foram presos: Cabo Ademá Figueredo Aguiar Filho, 2º sargento Divino Romez Diniz e Soldado Ozires Fernando de Melo. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão junto ao Subtenente Fritz Agapito Figueiredo, 1º sargento Djalma Gomes da Silva e Soldado Alessandro Rosa dos Santos.
O adjunto da delegacia de Homicídios, Helyton Carvalho, relata que a equipe terá em tese 60 dias para colher mais provas e punir os responsáveis. “As investigações ainda não se encerraram, então a gente tem 30 dias que o prazo da prisão temporária para dar continuidade essas investigações que podem ser renovadas por mais 30 dias. Então em tese nós temos 60 dias para dar continuidade ao trabalho e concluir as investigações e nesse período nós vamos tentar levantar se houve ou não participação de outros policiais militares no caso. Destacando que a princípio ainda existem mais três policiais que estão sendo investigados tanto que foram cumpridos mandatos de busca e apreensão no endereço desses outros policiais”, explicou.
As investigações da Operação Izadora ainda podem apontar se os militares envolvidos podem estar envolvidos em outros crimes. O adjunto da Delegacia de Homicídios, Alexandre Bruno Barros, descreve que ainda é cedo fazer qualquer afirmação. “Há possibilidade sim, mas seria temerário afirmar isso agora tendo em vista que a investigação trata-se apenas da chacina ou do sexto homicídio de Aparecida de Goiânia. Mas há possibilidade com certeza ou evidentemente da participação ou co-autoria deles em outros homicídios”, salientou.
De acordo com a delegada-geral da Polícia Civil, Adriana Accorsi, não há ligação da prisão do cabo Figueredo com o assassinato do cronista Valério Luiz. Uma testemunha do inquérito da chacina do Jardim Olímpico é citada no outro inquérito sobre a morte de Valério, mas ainda não se tem as provas para afirmar nada sobre a investigação que corre em segredo de Justiça. No entanto, uma carta anônima enviada às polícias Civil e Militar de Goiás, à Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Goiás, ao Ministério Público e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO) e que veio a público após a morte de Valério Luiz, apontando condutas ilícitas de PMS é o que pode ligar os dois casos, já que o nome do cabo Figueiredo é citado nesta carta, como explica o delegado Alexandre Barros.
“Eu acho que pelo fato da carta ter noticiado que o cabo Figueredo poderia ter sido o autor, o executor do cronista Valério Luiz. A polícia civil trabalha para poder lucidar esse crime, existe também uma força-tarefa nesse sentido provavelmente em um curto espaço de tempo, a polícia civil vai convocar a imprensa para divulgar tanto a autoria material quanto a intelectual do crime de homicídio que ceifou a vida do cronista Valério Luiz”, finalizou o delegado.