Cursos da Universidade Estadual de Goiás (UEG) poderão passar por restruturações. A intenção é de que se fortaleçam núcleos regionais por conta da vocação econômica de cada região. No caso das licenciaturas, mesmo com baixa demanda, a direção da UEG pretende fortalece-las por conta da formação de professores que poderão atuar na rede pública do ensino. No entanto, há quem diga de que poderá ocorrer suspensão temporária, fechamento ou transferência de cursos entre unidades da UEG, principalmente licenciaturas.

O presidente da Associação dos Docentes da UEG, Emerson de Oliveira, argumenta que caso cursos de licenciatura sejam extintos, ocorrerão prejuízos não somente na universidade, mas também no ensino básico goiano. “Se a proposta for semelhante a que foi apresentada o ano passado nos preocupa porque havia basicamente a proposta do fechamento de 30 cursos de licenciatura, o que para o sistema educacional goiano não é bom. Hoje faltam professores qualificados e a UEG desempenha um papel fundamental na qualificação dos professores da rede estadual”, explicou.

O reitor da UEG, Haroldo Reimer, relata que mesmo com baixas demandas, pretende fortalecer o trabalho das licenciaturas, por conta do reflexo que poderá ter na rede de ensino. “O propósito da UEG é continuar firmemente oferecendo os cursos de licenciatura porque esta oferta constitui uma possibilidade real de continuar formando professores para as diversas redes de ensino. Entendendo que isso é uma atividade fundamental, o que já está sendo feito é ir trabalhando melhor a interação da universidade e as escolas que oferecem ensino médio”, declarou.

A motivação da possibilidade de fechamento ou transferências de cursos, a alegação é quanto a problemas financeiros. Emerson de Oliveira analisa que os gestores públicos devem brigar para aumentar o orçamento e não fechar cursos para reduzir custos. “É um problema mais grave, porque a UEG ela é entre as universidades públicas brasileiras, aquela que possui o menor orçamento. E ai o que fica transparecendo é que a ideia é diminuir o tamanho para cobrir esse orçamento pequeno. O que nós pensamos é que deve ser o inverso, temos que aumentar o orçamento para que a universidade possa ter de fato cada vez mais qualidade” informou.

Haroldo Reimer não descarta a possibilidade de fechamento ou transferências de cursos. Ele aponta que se pretende criar pólos regionais especializados. Um exemplo é a ESEFEGO em Goiânia, com cursos de Educação Física E Fisioterapia. “Nos anos passados, foram abertos cursos em cidades nas quais não existe a vocação econômica ou social para aquele curso e consequentemente ele não está bem estruturado. O nosso objetivo é tentar estruturar ao longo dos anos campus universitários que sejam referência em determinadas áreas do saber”, informou.

Para que ocorra a reestruturação, de acordo com o reitor da UEG, Haroldo Reimer, serão realizados seminários regionais para discussão de como deverão acontecer as mudanças. Após os seminários será constituída uma comissão no primeiro semestre do ano que vem para que aí sim se possa concretizar as alterações. (Com informações do Repórter Samuel Straioto)