O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) publicou um estudo que aponta que a defasagem na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) está em 66,4%. A constatação foi elaborada em cima de informações da Receita Federal e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa foi feita tendo como base o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, que fechou 2012 em 5,84%.
Para chegar ao percentual de 66,4% a menos que o ‘correto’, o Sindifisco confrontou o IPCA acumulado de 1996 a 2012, 189,54%, com a correção na tabela do IRPF que foi de 73,95% no mesmo período. Aplicando-se uma série de outros cálculos, os técnicos chegaram ao total de defasagem durante os 18 anos.
O reajusto da tabela do IRPF para 2013 é de 4,5%, conforme a Lei 14.469 estabeleceu para os anos-base de 2011 a 2014. A faixa de isenção sobe de R$ 1.637,11 para R$ 1.710,78.
Caso a tabela estivesse sendo atualizada com os mesmos índices da inflação nos últimos 18 anos, o valor estaria atualmente em R$ 2.784,81.
O diretor de estudos técnicos do Sindifisco, Luiz Antônio Benedito, explica a interferência do reajuste no bolso do cidadão. “Como o IPCA está em 5,84% e os reajustes salariais de 8%, muitos contribuintes passam a descontar o IRPF, ou mudam de faixa de alíquota, pelo simples fato de terem melhorado seus ganhos nas datas bases,” explica.