O vereador Marcone Marinho (PTB) acabou de ser eleito e já pode perder sua cadeira na Câmara Legislativa de Aparecida de Goiânia. Tramita no Judiciário uma ação de impugnação de mandato eletivo proposta pelo promotor eleitoral Márcio Nascimento. A ação corre em segredo de justiça, embora a Constituição determine a publicidade dos processos judiciais. Todavia, a regra admite exceções e uma delas impõe o segredo de justiça ao trâmite da ação de impugnação de mandato.
A ação protocolada contra o vereador tem como base a troca do cartão Renda Cidadão por votos. A denúncia foi investigada pela reportagem da Rádio 730, que encontrou, nos bairros da periferia de Aparecida de Goiânia, diversas pessoas que não atendiam aos critérios do programa, mas, que mesmo assim, teriam sido cadastradas no Renda Cidadã. Em troca do cartão elas teriam que votar em Marcone Marinho.
O esquema de cadastramento fraudulento seria comandado pela esposa do vereador, Núbia Cássia, que é Gerente dos Programas de Transferência de Renda, da Secretaria de Cidadania e Trabalho. Ela nega o suposto esquema, embora a provável fraude, que se enquadre em crime de improbidade administrativa, já tenha sido encaminhada para a 10ª Promotoria daquela comarca, que trata da defesa do Patrimônio Público A gerente do programa disse que ainda não foi comunicada pelo Ministério Público.
Levantamento feito pela 730 mostra que Marcone Marinho obteve mais de 50% dos votos nas zonas eleitorais localizadas no Conjunto Cruzeiro do Sul. Dos 2.358 votos, 1.231 foram dados por pessoas que moram nesta região da cidade, o que pode ser comprovado no site do Tribunal Regional Eleitoral. É justamente nesse setor que moram dois supostos aliciadores de votos, segundo o autor da denúncia. Ele cita até os nomes das pessoas que estariam cadastrando pessoas no programa de transferência de renda do governo em troca de voto. Seria o casal Luís e Simone,moradores do Conjunto Cruzeiro do Sul.
O vereador Marcone Marinho diz desconhecer a investigação do Ministério Público e se negou a dar mais informações sobre a denúncia. “Eu ainda não fui citado pelo Ministério Público. Ouvi dizer por ter sido noticiado por vocês. Quando chegar em mim terei o maior prazer em esclarecer.”