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A entrada de objetos pirotécnicos em estádios de futebol é proibida no Brasil, de acordo com o Estatuto do Torcedor. Mas a lei nunca impediu, por completo, que os estádios fossem tomados por sinalizadores. O risco que esse tipo de material representa só veio à tona novamente depois da morte do torcedor boliviano Kevin Douglas Beltrán. Ele foi atingido por um sinalizador naval durante o jogo entre Corinthians e San José, disputado no último dia 20 de fevereiro em Oruru, na Bolívia.

A morte do jovem é o retrato de mais uma tragédia nos campos de futebol que coloca em xeque a segurança nos estádios. Muitos torcedores conseguem facilmente driblar os seguranças nesses locais e a falta de equipamentos que inibem a entrada não só de sinalizadores, mas também de armas, contribui para esse quadro. A equipe de reportagem da Rádio 730 mostrou como é fácil burlar a fiscalização e entrou com três artefatos pirotécnicos dentro de uma mochila no último jogo entre Anápolis e Goiás, partida do Goianão 2013.

O repórter foi revistado por um policial militar, que encontrou um dos quatro sinalizadores escondidos numa mochila. O PM se contentou com o primeiro artefato encontrado e não se preocupou em revistar a bolsa novamente. Assim, outros três sinalizadores passaram sem problemas pela fiscalização. No momento que a revista era feita no repórter, outros torcedores atravessaram o portão sem sequer serem vistoriados. Passaram calmamente pela entrada que não conta com detectores de metais.

A atitude é polêmica, mas a intenção da reportagem era descobrir se a fiscalização dos estádios goianos coibia o desrespeito à Lei nº 12.299, de 27 de julho de 2010. Descobriu-se, justamente, o contrário: a revista é precária e acaba colocando em risco o torcedor que comparece aos jogos.
A falta de fiscalização contribui para que uma parte da torcida entre com todo tipo de material ilícito. A precariedade na estrutura dos estádios de Goiás é apontada como a causa desse problema pelo tenente-coronel Anésio Barbosa da Polícia Militar “As praças esportivas do interior do Estado e o Serra Dourada não são dotados de detectores de metais, por exemplo”.

O tenente-coronel admite as falhas e diz que a responsabilidade deve ser compartilhada com os organizadores dos eventos particulares – clubes e federações. Procurada, a Federação Goiana de Futebol, que organiza os jogos do campeonato, preferiu a omissão a ter que explicar a falta de segurança nos jogos.