O projeto de lei que doa áreas públicas do município ao Hipermercado Moreira continua causando polêmica na Câmara Municipal. Desta vez, a oposição tentou pedir vistas da matéria, para que pudesse ter mais tempo para avaliar a intenção da prefeitura. O tempo é de dez dias, de acordo com o regimento interno.

Os vereadores Geovani Antônio (PSDB), Virmondes Cruvínel (PSD), e, por último, Thiago Albernaz (PSDB) tentaram pedir vistas, mas a líder do prefeito na casa, Célia Valadão (PMDB) orientou a base para negar os três pedidos.

A oposição se indignou, quando depois de três negativas, a própria Célia pediu e teve garantido o acesso ao projeto referente a áreas públicas no Setor Coimbra. Thiago Albernaz afirma que a decisão foi contraditória. “Na sessão anterior foi tido dois pedidos de vistas sobre o mesmo projeto de lei, e a líder do prefeito pediu para os colegas que negassem o pedido de vistas. Da mesma forma eu fiz um pedido de vista que foi negado. Quando a líder faz o pedido de vistas sobre o mesmo projeto, a ordem é para que os pares votem a favor. Eu vejo como um posicionamento incoerente,” crítica.

O projeto pretende desafetar ruas para que o Hipermercado Moreira possa ampliar suas instalações para os quarteirões próximos. Os lotes já foram comprados pela empresa e a especulação é de que um shopping seja construído na área.

O vereador Elias Vaz (PSOL) acredita que os pedidos de vistas a projetos nem deveriam ser votados no plenário da câmara. “Acho pedido de vista deveria ser concedido automaticamente como acontece na Assembleia. Eu acho um absurdo um vereador ter que votar em um projeto que ele tenha dúvida,” opina.

A vereadora Célia Valadão alega que não há contradição na postura da liderança do governo, já que orientou a base de forma contrária, quando o pedido foi feito por ela. “É um processo de plenário. É uma condição que o plenário nos oferece. O trabalho é feito de maneira democrática,” comenta a líder do prefeito.