O prefeito Iris Rezende (PMDB) voltou a criticar o senador Marconi Perillo (PSDB). Em nota divulgada ontem (2), o peemedebista ainda narrou parte de sua história política e realizações em Goiás. O bate-boca entre os dois ex-governadores do Estado teve início no domingo, quando Iris, em entrevista à imprensa, atacou o tucano. Na segunda-feira (1º), Marconi rebateu. Hoje, o prefeito faz sua tréplica.
Na nota, Iris critica a administração de Marconi (1999-2006) e cita sua história por Goiás – é prefeito de Goiânia pela terceira vez, duas vezes governador e duas vezes ministro da República.
“Tenho uma história com o povo de Goiás. São 51 anos de vida juntos, na militância política e na convivência sadia, construindo um Estado melhor para todos. Jamais respondi a um processo-crime. Nesse tempo, por duas vezes tive a honra de governar Goiás. E fiz dessas oportunidades uma missão de vida. Posso dizer com orgulho que em minhas administrações o nosso Estado viveu o maior salto de desenvolvimento de sua história.”
O prefeito falou ainda sobre suas conquistas para Goiás quando ocupava o Palácio das Esmeraldas. “São muitas as conquistas de que me orgulho, e que sei serem orgulho também do goianos, como a 4ª etapa de Cachoeira Dourada; a pavimentação de 7.800 km de estradas, em um tempo em que havia apenas 1.000 km asfaltados; criação do Fomentar, base para a nossa industrialização; construção de casas em mutirões que elevaram a autoestima do povo e renderam cidadania ao seu cotidiano; construção da captação de água do Meia Ponte, para abastecimento de água à população; elaboração do projeto e solicitação do recurso para a construção da Barragem do João Leite, que em breve será inaugurada pelo presidente Lula.”
Íntegra da nota
O senador Marconi Perillo dá mostras cada vez que abre a boca ou manda alguém falar por ele de que o seu tempo na política é o da irresponsabilidade, da falta de juízo histórico e da reiterada tentativa de tapear o eleitor com a repetição de versões distorcidas da realidade para justificar seus atos.
Para ele, se o objetivo é o poder, então os fins justificam os meios. Na sua avidez pelo poder, ele pratica a mentira pública, e não política pública. No governo, o senador mostrou do que é capaz: em sete anos, quebrou o Estado e instalou a república do ódio – aos amigos, tudo; aos inimigos, a perseguição.
Não se importou em nenhum momento de quebrar a Emater, o Dergo, de perseguir políticos adversários, cooptar lideranças, atropelar quem se colocava em seu caminho. No fim das contas, deixou obras inacabadas; autorizações de obras e benefícios assinados a esmo, tantas que dariam um livro de infinitas páginas. Está aí o Centro Cultural Oscar Niemeyer, ao custo de R$ 65 milhões e inaugurado sem estar pronto. Está aí o buraco do Estádio Olímpico para quem quiser ver.
E mais: como explicar a contabilidade maquiada da Celg, que colocou embaixo do tapete mais de R$ 1 bilhão? O que foi feito da indenização da União ao Estado pelos ativos da Celg e da Saneago (só aí, R$ 1,65 bilhão) e por inúmeras outras obras de infra-estrutura lá construídas (com outros tantos bilhões de reais contabilizados no caixa do governo), quando da criação do Tocantins? Que competência administrativa é essa que, para fechar o caixa, tem de maquiar dados e fazer, como ele fez, antecipações quase sem fim de ICMS, o que, na prática, significou administrar com dinheiro que caberia ao governo que o sucedeu gastar? Isto, sim, é presente de grego, é herança sinistra vendida na propaganda desenfreada como coisa divina.
São os fatos que não deixam dúvida hoje aos goianos: o senador era o novo em pele de velhaco. Agora, para justificar seus erros, atira pedras para todos os lados. Não se importa nem mesmo de atingir aliados, que transforma em adversários diabólicos em um piscar de olhos, desde que conveniente aos seus interesses. E os seus interesses são claros. Basta ver sua vida antes e depois do poder.
Tenho uma história com o povo de Goiás. São 51 anos de vida juntos, na militância política e na convivência sadia, construindo um Estado melhor para todos. Jamais respondi a um processo-crime. Nesse tempo, por duas vezes tive a honra de governar Goiás. E fiz dessas oportunidades, uma missão de vida.
Posso dizer com orgulho que em minhas administrações o nosso Estado viveu o maior salto de desenvolvimento de sua história. São muitas as conquistas de que me orgulho, e que sei serem orgulho também do goianos, como a 4ª etapa de Cachoeira Dourada; a pavimentação de 7.800 km de estradas, em um tempo em que havia apenas 1.000 km asfaltados; criação do Fomentar, base para a nossa industrialização; construção de casas em mutirões que elevaram a autoestima do povo e renderam cidadania ao seu cotidiano; construção da captação de água do Meia Ponte, para abastecimento de água à população; elaboração do projeto e solicitação do recurso para a construção da Barragem do João Leite, que em breve será inaugurada pelo presidente Lula.
Também me orgulho do esforço para reerguer o BEG e a Caixego nas duas vezes em que assumi o governo, convidando o povo a aplicar ali seus rendimentos, o que resultou no fortalecimento dessas instituições. Me orgulho ainda do pioneirismo em levar ao interior inúmeros cursos superiores, quando só havia dois. Se, e somente se, o senador fosse um homem justo, reconheceria que o que ele fez foi aproveitar o que já estava pronto e mudar o nome para Universidade do Estado de Goiás (UEG), em vez de tentar obrigar os goianos a acreditar que foi ele, e somente ele, quem criou a universidade. Mas isso, para quem costuma se apresentar como aquele que fez tudo em Goiás para descansar no sétimo ano, é pedir demais. Humildade não combina com arrogância e prepotência.
Para quem pratica malversação do erário, a leviandade histórica é um delito menor; agredir por agredir, caluniar por caluniar, são atitudes de covardes, porém, na visão dele, de resultados eleitorais eficientes. Mais uma vez: os fins justificam os meios.
Na campanha de 1998, em debate histórico em uma rádio de Goiânia, eu e o senador fomos desafiados a abrir nossos sigilos bancário e fiscal. No ar, topamos.
Na prática, só eu abri meus sigilos. E tive minha vida, então, devassada durante seis anos pelo Ministério Público Estadual (MPE). Procuraram agulha no palheiro, até concluírem pela regularidade de tudo. Quem tem algo a explicar é ele, como, entre outras coisas, comprar apoio político, como mostrou denúncia publicada há poucos dias no jornal O Estado de S. Paulo. Estou pronto para a luta. No tempo certo, tudo será passado a limpo. É esta a minha história. É dela que me orgulho. É por ela e pelo povo goiano que eu vivo.