O gabinete do governador Marconi Perillo (PSDB) prevê para esta quarta-feira (27) a posse do o ex-prefeito de Itumbiara, José Gomes da Rocha, PP, na presidência da Saneago. O problema é que Zé Gomes não pode, pela legislação estadual, ser empossado no cargo.
O procurador Hélio Telho, que é coordenador do núcleo de combate à corrupção do Ministério Público Federal em Goiás afirma que o Estado pode ter problemas caso José Gomes assuma a Saneago. Segundo ele, o próprio decreto da ficha limpa, baixado pelo do governador impede a nomeação de pessoas que se tornaram inelegíveis pela justiça em qualquer cargo no estado e em estatais.
“Ele está impedido de assumir. Ele tem condenação por improbidade administrativa, que resultou na suspensão dos direitos políticos dele por oito anos. De acordo com a lei da ficha limpa isto é suficiente para torna-lo inelegível,” afirma o procurador.
José Gomes recorreu das condenações ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas segundo o procurador, foi condenado por dois colegiados e é ficha suja. O ex-prefeito de Itumbiara foi acusado e condenado por usar verbas de gabinete da Câmara dos Deputados, quando foi deputado federal, para pagar salários de jogadores do Itumbiara.
Hélio Telho afirma que vai levar o caso para a reunião do Fórum Goiano de Combate à Corrupção, na próxima segunda-feira (1), caso a posse seja oficializada pelo governo. Além disto, o procurador explica que o governo poder ter problemas judiciais.
Segundo o procurador, a nomeação poderá gerar questionamentos judiciais. “Pode haver algum problema para a Saneago continuar recebendo recursos federais. O governador vai estar abrindo um precedente de descumprimento da lei de ficha limpa que ele próprio instituiu no Estado,” pondera.
A posse de José Gomes na presidência da Saneago é cogitada nos bastidores do governo desde o final do ano passado. Se for mesmo empossado, assume o lugar de Roberto Marques, que foi seu auxiliar na prefeitura de Itumbiara.