A missão é ingrata, mas se depender da confiança do técnico Hermógenes Neto, o Vila Nova vai se reerguer ainda nesse Campeonato Goiano. O time colorado enfrenta o Goianésia, vice-líder da competição, nesse domingo, às 16h, no estádio Valdeir José de Oliveira, e a animação do treinador é tanta que ele mantém a confiança na vitória e que o Vila não será rebaixado.

“Cada vez mais animado, tivemos uma semana boa de treinamento, uma mudança de atitude do grupo, uma pegada melhor nos treinamentos. Marcamos treinamento mais cedo com horário às 8h30 e isso é importante, o grupo se propôs a participar disso aí. Fechamos esse grupo e tenho certeza que o resultado vai acontecer”

Apesar de toda essa animação, o clima nos bastidores do clube continua da mesma forma: nebuloso. Dessa vez, a confirmação de que alguns funcionários, inclusive da comissão técnica, estão há dois meses com salários atrasados, pode tumultuar a reta final do Goianão para o Vila. Ainda assim, Hermógenes garante os jogadores se sentiram motivados pela situação e vão jogar pelos funcionários em Goianésia.

“Nós tentamos motivar até nossos funcionários e o pessoal da comissão técnica sobre isso. A diretoria está correndo atrás para quitar esses salários que estão atrasados do pessoal, e os jogadores nós mostramos para eles também que aqui tem guerreiros do lado de fora dando apoio para eles, já que eles receberam. Eles compreenderam isso e prometem trazer uma vitória de lá, justamente para homenagear esse pessoal”

Torcedor ilustre

Todos os dias presente no Onésio Brasileiro Alvarenga, um torcedor símbolo do Vila Nova já viu de tudo no clube. José Luiz dos Santos, seu Zé, tem 81 anos e muita história desde 1959, quando começou a torcer pelo Tigre. Mergulhado em uma crise, Seu Zé vê o time de coração em um dos piores momentos da história, e não titubeia ao indicar o pior dirigente que já passou pelo Vila: Geso de Oliveira. Emocionado, Seu Zé também elege o melhor que já comandou o clube.

“João Carneiro. Era um cara honesto, sabia mexer com futebol, era um malandro do futebol, sabia mexer mesmo. Era um Hailé Pinheiro do Vila Nova, se a gente tivesse um João Carneiro hoje, nós estávamos na 1º divisão. Infelizmente ele ficou doente, né, não pode mexer mais com futebol. Meu sonho, antes de morrer, era ver o Vila na Série A, e só Deus que sabe, dá até vontade de chorar. Torcedor do Vila Nova não merece. Eu gosto do Vila, não abandono nunca”